Adrien - Domingo 9 Novembro 2025

💉 A vacinação contra a COVID-19 protege realmente da COVID longa?

Você está com boa saúde, não apresenta nenhum fator de risco, mas o espectro da COVID longa o assusta e você espera se proteger com doses de reforço da vacina contra a COVID-19?

Esta estratégia seria pouco útil para reduzir seu risco de COVID longa, sugere um estudo publicado na revista Clinical Infectious Diseases por uma equipe da Faculdade de Medicina, do Centro de Pesquisa do CHU de Quebec - Universidade Laval e do Instituto Nacional de Saúde Pública de Quebec.

"Há duas maneiras pelas quais a vacina contra a COVID-19 pode prevenir a COVID longa", destaca a responsável pelo estudo, Sara Carazo. "A primeira, que foi negligenciada em muitos estudos, é reduzindo o risco de infecção por COVID-19. Se você não contrai a infecção, não pode ter COVID longa. A segunda é reduzindo o risco de que pessoas que tiveram COVID-19 desenvolvam sintomas persistentes. Nosso estudo abrange essas duas componentes."


Imagem ilustrativa Pixabay


A equipe de pesquisa estudou a questão em um grupo de mais de 14.000 trabalhadoras e trabalhadores da rede de saúde de Quebec. O período coberto pelo estudo foi subdividido em dois blocos. O primeiro, que vai de 3 de janeiro a 18 de dezembro de 2021, é o período que precede a chegada da variante Ômicron. O segundo, que se estende de 19 de dezembro de 2021 a 20 de fevereiro de 2023, faz parte do período Ômicron.

As análises revelaram que, durante o período pré-Ômicron, a vacinação reduziu em 90% o risco de COVID longa. "As primeiras vacinas eram muito eficazes para prevenir a infecção e isso se traduziu em uma proteção elevada contra a COVID longa", explica a professora Carazo.

Durante o período Ômicron, nas pessoas que não haviam tido COVID-19, a vacinação reduziu o risco de COVID longa em 57%, mas essa proteção diminuía rapidamente e tornava-se praticamente nula após 6 meses. "Durante este período, a eficácia da vacina contra a COVID-19 era de apenas 41%, enquanto era de 95% após 2 doses durante o período pré-Ômicron. Além disso, a duração da proteção contra a infecção diminuiu com a chegada desta variante", especifica a pesquisadora.

Finalmente, a equipe de pesquisa constatou que as pessoas que haviam tido COVID-19 e que haviam sido vacinadas pelo menos duas vezes se beneficiavam de uma redução de mais de 80% no risco de COVID longa. Esta porcentagem não era afetada pelo número de doses recebidas, pela variante em questão ou pelo tempo decorrido desde a última vacinação.

"Nossos resultados sugerem que as primeiras vacinas diminuíram fortemente o risco de COVID longa. Por outro lado, agora que a gravidade da infecção diminuiu e que uma boa parte da população foi vacinada e teve COVID-19, o risco de COVID-19 grave e de COVID longa tornou-se baixo. O fato de receber uma dose de reforço da vacina não parece trazer benefícios adicionais, pelo menos não para as pessoas que não apresentam fatores de risco", resume a professora Carazo.

Os signatários do estudo publicado na Clinical Infectious Diseases são Sara Carazo, Jonathan Phimmasone, Katia Giguère, Manale Ouakki, Denis Talbot, Charles-Antoine Guay, Chantal Sauvageau, Nicholas Brousseau e Gaston De Serres. Danuta Skowronski, do BC Centre for Disease Control da Colúmbia Britânica, completa a lista.

Fonte: Universidade Laval
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