Adrien - Sábado 21 Junho 2025

Uma nova visível a olho nu no céu: como observar?

Desde 12 de junho, uma nova fonte luminosa apareceu no céu noturno. Inicialmente muito fraca para ser vista sem instrumentos, seu brilho aumentou rapidamente. As observações permitiram identificá-la como uma nova clássica bem conhecida, um tipo de explosão estelar.


Representação artística de uma anã branca compacta capturando matéria de uma companheira gigante vermelha.
Crédito: NASA/CXC/M.Weiss

A nova, oficialmente chamada V462 Lupi, atingiu uma magnitude aparente de +5,7, tornando-a visível sem auxílio óptico sob um céu limpo. Localizada no hemisfério sul, também pode ser observada do hemisfério norte, perto do horizonte sul após o pôr do sol.

As novas clássicas ocorrem em sistemas binários onde uma anã branca suga matéria de sua companheira. O acúmulo de matéria na superfície da anã branca acaba por provocar uma explosão termonuclear, projetando uma luz intensa no espaço. Ao contrário das supernovas, essas explosões não destroem a estrela hospedeira.

Novas visíveis a olho nu são raras. V462 Lupi oferece, portanto, uma oportunidade única para astrônomos amadores observarem tal evento. Embora seu pico de brilho possa já ter sido atingido, é possível que ela continue a brilhar intensamente nos próximos dias.

O estudo desses fenômenos ajuda os cientistas a entender melhor os mecanismos das explosões estelares e a evolução dos sistemas binários.


V462 Lupi está localizada na constelação do Lobo (dentro do círculo vermelho neste mapa).
Crédito: IAU/Wikimedia


O que é uma nova clássica?



Uma nova clássica é uma explosão estelar que ocorre em um sistema binário composto por uma anã branca e uma estrela companheira. A anã branca, extremamente densa, atrai matéria da estrela vizinha graças à sua forte gravidade.

Quando a matéria acumulada na superfície da anã branca atinge uma certa massa crítica, a pressão e a temperatura tornam-se suficientes para desencadear uma reação de fusão nuclear explosiva. Essa explosão ejeta parte da matéria acumulada no espaço, produzindo um aumento súbito de luminosidade.

Ao contrário das supernovas, que marcam o fim da vida de uma estrela, uma nova não destrói a anã branca. Após a explosão, o processo pode recomeçar se a estrela companheira continuar a fornecer matéria.

As novas clássicas são ferramentas preciosas para os astrônomos, permitindo estudar os processos de transferência de massa e as reações nucleares em condições extremas.

Fonte: Sky & Telescope
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