Adrien - Quarta-feira 8 Outubro 2025

🩻 Uma nova técnica de imagem médica para ver no coração do vivo

As metalocoroas poderão revolucionar a imagem médica e o diagnóstico não invasivo. É o que demonstram cientistas do CNRS num artigo publicado na revista Chemical Science onde apresentam estes novos agentes de imagem biológica.

Há anos que os cientistas se interessam pelos lantanídeos, estas "terras raras" capazes de emitir uma luz intensa e característica no domínio do próximo infravermelho. Inseridos em complexos supramoleculares chamados metalocoroas, pareciam perfeitos para a imagem biológica ótica não invasiva, incluindo tecidos profundos e não apenas superficiais. O seu principal problema: era necessário excitá-los com raios ultravioleta, uma luz agressiva para os tecidos, o que limita fortemente a sua utilização em biologia e medicina.


Imagem de luminescência de próximo-infravermelho em sobreposição da imagem observada em luz branca obtida em células HeLa vivas nas quais as metalocoroas-lantanídeos, cuja estrutura aparece em incrustação, foram incubadas.
@Timothée Lathion


A equipa de cientistas do Centro de Biofísica Molecular (CNRS) conseguiu agora superar este obstáculo. Concebeu uma nova família de metalocoroas cuja estrutura inovadora integra, na sua periferia, pequenos sensibilizadores orgânicos biocompatíveis chamados "cumarinas". Estas "antenas" captam a luz visível, inofensiva para os sistemas biológicos, e transmitem-na eficazmente ao lantanídeo, que reemite então na segunda janela do próximo infravermelho (NIR-II). Este domínio espectral é ideal para a imagem, pois este tipo de luz atravessa os tecidos em profundidade com muito pouca dispersão.

Graças a esta abordagem inovadora, os investigadores puderam utilizar esta metalocoroa integrando cumarinas para marcar células vivas e visualizá-las por microscopia de próximo infravermelho. As imagens obtidas mostram um sinal luminoso estável, oferecendo uma boa sensibilidade de deteção, confirmando a robustez desta nova geração de sondas de imagem.

Estes resultados marcam uma etapa chave: transformam uma ferramenta há muito promissora, mas limitada pela excitação UV, numa tecnologia agora compatível com a imagem biológica real. A longo prazo, estas coroas luminosas poderão tornar-se aliadas preciosas para observar em profundidade os tecidos vivos, melhorar o diagnóstico precoce ou seguir a evolução de doenças. Um avanço publicado na Chemical Science que abre caminho a um campo imenso para a imagem não invasiva in vitro e in vivo.

Redator: AVR

Fonte: CNRS INC
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