Cédric - Terça-feira 27 Agosto 2024

Uma diferença surpreendente de cognição entre notívagos e madrugadores

Um estudo recente desafia a ideia comum de que pessoas que acordam cedo são intelectualmente mais eficientes do que aquelas que dormem tarde. Publicada no BMJ Public Health, esta pesquisa realizada por cientistas do Imperial College London sugere que os notívagos podem ter uma vantagem cognitiva sobre as pessoas que levantam cedo.


Imagem de ilustração Pixabay

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de mais de 26.000 adultos britânicos participantes do estudo UK Biobank. Os participantes foram submetidos a testes que avaliavam suas capacidades cognitivas, incluindo inteligência, raciocínio, memória e tempo de reação. Os resultados foram então cruzados com os hábitos de sono dos participantes, que incluíam duração, qualidade e seu cronotipo (preferência natural por horários específicos de dormir e acordar).


O estudo revela que indivíduos com cronotipo tardio, ou seja, aqueles que preferem dormir e acordar mais tarde, obtêm melhores resultados nos testes cognitivos. Suas performances foram de 7,5% a 13,5% superiores em comparação aos madrugadores. Essas diferenças permanecem significativas mesmo após ajustar os dados com base em vários fatores como idade, sexo, tabagismo e consumo de álcool.

No entanto, os pesquisadores destacam que não se trata de concluir que todos os madrugadores têm performances cognitivas inferiores. Segundo Raha West, co-autora do estudo, esses resultados refletem mais uma tendência geral observada na amostra estudada. Além disso, a duração ideal do sono parece ser um fator crucial para o máximo desempenho cognitivo. Dormir entre sete e nove horas por noite está associado a melhores capacidades de memorização, raciocínio e processamento de informações.

O estudo também destaca que a insônia, muitas vezes considerada um fator de declínio cognitivo, não teve o impacto negativo esperado nas performances cognitivas dos participantes. Isso abre caminho para futuras pesquisas explorarem mais detalhadamente os aspectos específicos dos distúrbios do sono e sua influência no funcionamento cerebral.

Finalmente, embora este estudo revele uma vantagem para os notívagos, ele ressalta a importância de adotar hábitos de sono regulares e adaptados ao próprio ritmo biológico. As preferências individuais para o momento do sono, sejam elas matinais ou noturnas, devem ser respeitadas para manter uma boa saúde cognitiva.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: BMJ Public Health
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