Io, a lua de Júpiter, continua a se revelar. As últimas imagens enviadas pela sonda Juno oferecem uma vista inédita de sua superfície turbulenta.
A missão Juno fez uma descoberta surpreendente: um novo complexo vulcânico em Io, uma das mais ativas do Sistema Solar. Esse fenômeno lembra a dinâmica geológica dos planetas, mas em uma escala sem precedentes. Em menos de trinta anos, formou-se um vulcão, enquanto as observações anteriores datam da missão Galileo.
Io mapeada com JunoCam (PJ55, 57, 58 e 60), indicando mudanças ou atividades. Os ovais ciano indicam zonas de depósitos de plumas e/ou voláteis novos, atenuados ou movidos. Os ovais amarelos indicam áreas de prováveis novos fluxos de lava.
As imagens obtidas pela JunoCam foram comparadas com as da Galileo de 1997, revelando o surgimento de um vulcão com 180 quilômetros de diâmetro. Localizado ao sul do equador de Io, este novo vulcão surpreendeu os pesquisadores. A câmera infravermelha de Juno também detectou fluxos de lava e depósitos vulcânicos, evidenciando uma atividade intensa.
As observações da Juno mostram transformações notáveis na superfície de Io. Em apenas alguns anos, a lua sofreu mudanças significativas. Esse vulcão, ainda sem nome, é acompanhado por fluxos de lava escuros, enquanto plumas vulcânicas se estenderam além da superfície.
A formação deste vulcão é explicada pela extraordinária atividade tectônica de Io. A proximidade de Júpiter cria forças de maré que causam deformações na crosta, provocando frequentes erupções. Assim, Io possui cerca de 400 vulcões, dos quais mais de 150 estão ativos, posicionando-a no centro dos estudos sobre o vulcanismo planetário.
A exploração de Io também conta com a participação do público. Os dados brutos da Juno estão acessíveis, permitindo que entusiastas reconstruam imagens precisas da lua. Esta colaboração entre cientistas e amadores enriquece nossa compreensão dos fenômenos observados.
A sonda Galileo da NASA capturou esta erupção vulcânica em Io. Envolvida numa luta perpétua entre a gravidade imponente de Júpiter e as constantes atrações de suas luas vizinhas, Io está em constante deformação. Essa distorção provoca fricções e intenso aquecimento no interior de Io, desencadeando enormes erupções em sua superfície.
Durante o Congresso Científico Europlanet, os pesquisadores apresentaram esses resultados, destacando a importância de Io para os estudos geológicos. As novas imagens demonstram não apenas uma atividade vulcânica sustentada, mas também a capacidade da Juno de fornecer dados relevantes sobre essa lua.
Essa missão abre perspectivas sobre a atividade vulcânica de Io e sua interação com Júpiter. A robustez da sonda permite a consideração de estudos de longo prazo, enriquecendo assim nosso conhecimento dos processos geológicos além de nosso planeta.
O que causa a atividade vulcânica de Io?
A atividade vulcânica de Io, a lua de Júpiter, deve-se principalmente às forças de maré exercidas pelo gigante gasoso. As forças de maré são geradas pelas variações gravitacionais que Io experimenta durante sua órbita ao redor de Júpiter. Esta órbita é ligeiramente elíptica, o que faz com que a gravidade de Júpiter estique e comprima constantemente a lua.
Essas deformações internas produzem calor por fricção no manto de Io. Esse fenômeno, chamado aquecimento por maré, aquece o interior da lua até provocar erupções vulcânicas massivas. Io é, portanto, o corpo mais vulcânico do Sistema Solar, com centenas de vulcões ativos.
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Congresso científico Europlanet EPSC 2024