Adrien - Domingo 1 Dezembro 2024

Ufologia, extraterrestres... o que revela o último relatório do Pentágono 🛸

O céu, o mar e até mesmo o espaço escondem fenômenos ainda inexplicáveis. Há décadas, relatos surgem descrevendo objetos ou eventos que desafiam nossos conhecimentos atuais. Esses relatos, frequentemente acompanhados de vídeos ou fotos intrigantes, alimentam tanto a curiosidade quanto o ceticismo.

Parte desses relatos desperta um crescente interesse científico, obrigando especialistas a explorar hipóteses variadas, desde as mais ordinárias até as mais audaciosas. Assim, o mistério dos fenômenos anômalos não identificados (UAP) continua a cativar a atenção, mas a ciência mantém os pés no chão.

Trecho de um vídeo de 2018 sobre o Etna, analisado e resolvido pela AARO.
Crédito: AARO/DOD

O diretor do escritório de análise de anomalias em todos os domínios do Pentágono (All-domain Anomaly Resolution Office - AARO), Jon T. Kosloski, lembrou que, apesar das centenas de casos examinados, nenhuma prova de origem extraterrestre foi descoberta. Esta declaração, pronunciada perante um subcomitê do Senado dos EUA, convida a distinguir o desconhecido do sobrenatural.


Desde sua criação em julho de 2022, a AARO recebe e analisa relatos de fenômenos inexplicáveis no céu, na terra ou na água. Este escritório único centraliza dados frequentemente incompletos, limitando as conclusões possíveis. No entanto, Kosloski destacou que, entre os casos resolvidos, explicações prosaicas – pássaros, balões ou drones – predominam. Os casos verdadeiramente "anômalos" continuam raros.

Um exemplo marcante é o incidente de 2013 em Porto Rico: um vídeo mostrava um objeto aparentemente mergulhando na água. Contudo, os especialistas concluíram que eram duas lanternas próximas, tornadas indistintas pela câmera infravermelha. Esse tipo de confusão ilustra a complexidade das análises em um campo onde os dados brutos são escassos e frequentemente imprecisos.

Durante a audiência, Kosloski descreveu outra resolução notável: o vídeo GOFAST, capturado por um caça americano em 2016. O que parecia ser uma velocidade fulgurante era apenas uma ilusão devido ao efeito de paralaxe, um viés visual comum.

Diante das críticas sobre a transparência da AARO, o diretor afirmou o compromisso do escritório em informar o público e o Congresso, dentro dos limites impostos pelo sigilo militar. As acusações de encobrimento, frequentemente formuladas por defensores da divulgação sobre OVNIs, não alteraram sua posição. Segundo ele, o acesso completo aos dados históricos e atuais é garantido pelo Congresso.


Um exemplo de fenômeno mal interpretado como "transmédio".
Crédito: AARO/DOD

O relatório de 2024 da AARO menciona 485 casos recentes, dos quais 118 foram resolvidos e 174 estão em vias de resolução. No entanto, os casos restantes sofrem com a falta de dados utilizáveis. Essa lacuna é agravada quando os sensores ou tecnologias utilizados são classificados, tornando a análise pública impossível.

Ao longo dos anos, o discurso da AARO permanece inalterado: nenhum fenômeno observado desafia as leis da física ou sugere uma origem extraterrestre. A ciência continua sua investigação, mas sem ceder às especulações.

O que é um fenômeno anômalo não identificado (UAP)?



Os fenômenos anômalos não identificados (UAP, do inglês Unidentified Anomalous Phenomena) referem-se a observações inexplicáveis no céu, na terra, na água ou em transição entre esses meios. Eles englobam fenômenos anteriormente chamados de OVNIs, mas ampliam sua definição para incluir outros contextos.

Esses fenômenos intrigam devido ao seu caráter frequentemente fugaz ou difícil de documentar com precisão. Muitos deles acabam recebendo uma explicação racional, como pássaros, drones ou balões. Contudo, uma pequena fração permanece sem solução por falta de dados suficientes.

Para os cientistas e instituições como a AARO, esses fenômenos não são necessariamente sinônimo de tecnologia extraterrestre. Eles exigem análises aprofundadas, combinando imagens, sensores múltiplos e testemunhos.

O termo UAP também visa encorajar uma abordagem rigorosa e objetiva, livre das conotações frequentemente sensacionalistas associadas aos OVNIs.
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