Adrien - Domingo 11 Fevereiro 2024

O telescópio espacial James Webb descobre por acidente uma galáxia que não deveria existir

A descoberta de uma galáxia anã, nomeada PEARLSDG, por uma equipe de astrônomos liderada por Tim Carleton da Universidade Estadual do Arizona, questiona nossos conhecimentos sobre a evolução das galáxias. Observada graças ao Telescópio Espacial James Webb (JWST), esta galáxia se destaca por sua ausência de formação estelar e seu isolamento, desafiando assim as teorias atuais.

As galáxias anãs, frequentemente definidas por seu pequeno tamanho e baixa luminosidade, estão entre os objetos mais abundantes do Universo. No entanto, PEARLSDG apresenta características inesperadas para uma galáxia deste tipo: ela não forma novas estrelas e não parece interagir com outras galáxias vizinhas. Este perfil é atípico para uma galáxia anã, que, quando isolada, geralmente continua a formar estrelas jovens.


PEARLSDG é identificada em ciano, e os quadrados verdes mostram a área coberta pela imagiologia NIRCam. Duas das galáxias massivas mais próximas (em projeção) são identificadas por círculos vermelhos.
Crédito: The Astrophysical Journal Letters (2024).


A descoberta foi feita no âmbito do projeto JWST Prime Extragalactic Areas for Reionization and Lensing Science (PEARLS), embora PEARLSDG não fosse o objetivo principal das observações. Foi a análise das imagens captadas pela câmera Near-InfraRed (NIRCam) do JWST que permitiu destacar esta galáxia anã distante. A resolução e a sensibilidade elevadas da NIRCam tornaram possível a identificação de estrelas individuais dentro da PEARLSDG, oferecendo assim uma informação valiosa sobre a distância da galáxia, estimada em 98 milhões de anos-luz.

A ausência de assinatura de formação estelar recente, típica das novas estrelas, assim como a análise espectrométrica realizada com o espectrógrafo DeVeney no telescópio Lowell Discovery em Flagstaff, Arizona, confirmam o estado de estase da PEARLSDG. Estas observações são complementadas por dados de arquivo em ultravioleta, óptico e infravermelho, provenientes especialmente dos telescópios espaciais Galex e Spitzer, bem como do Sloan Digital Sky Survey e do Dark Energy Camera Legacy Survey.

Esta descoberta questiona o entendimento atual da evolução das galáxias, sugerindo a existência de outras galáxias anãs isoladas e quiescentes que permanecem por descobrir. O JWST, com seus instrumentos avançados, desempenha um papel chave nessa busca, abrindo novas perspectivas sobre a formação e evolução das galáxias no Universo.

Fonte: The Astrophysical Journal Letters
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