Cédric - Quarta-feira 14 Agosto 2024

Sport ou petisco? Veja como nosso cérebro toma a decisão

Pesquisadores do ETH Zurich descobriram que a orexina, um mensageiro químico do cérebro, desempenha um papel essencial na escolha entre a atividade física e o petisco. Esta descoberta pode ajudar a desenvolver estratégias para incentivar a atividade física em pessoas que têm dificuldade em se motivar para fazer esporte.


Os neurocientistas realizaram um experimento com ratos para entender como a orexina influencia essa decisão. Os ratos tinham a escolha entre correr em uma roda ou saborear um milkshake de morango. Quando seu sistema de orexina estava bloqueado, os ratos preferiam claramente o milkshake à atividade física. Por outro lado, os ratos com um sistema de orexina intacto passavam mais tempo correndo do que bebendo o milkshake. Isso mostra que a orexina ajuda a arbitrar entre o exercício e a comida quando ambas as opções estão disponíveis.


A orexina, menos conhecida do que outros neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, foi descoberta há cerca de 25 anos. Seu papel na regulação do apetite está cada vez mais bem compreendido. No entanto, sua função na escolha entre comer e fazer exercício é uma revelação recente. Denis Burdakov, professor de neurociências no ETH Zurich, explica que embora a dopamina seja frequentemente associada à motivação, ela não explica por que às vezes preferimos o exercício à comida, uma vez que ambas as atividades estimulam a liberação de dopamina.

No experimento, os pesquisadores compararam o comportamento de dois grupos de ratos: um com um sistema de orexina funcional e outro com um sistema de orexina bloqueado por um medicamento ou uma modificação genética. Os resultados mostram que sem orexina, os ratos escolhem duas vezes mais frequentemente a comida em detrimento do exercício. No entanto, quando os ratos tinham apenas uma opção, seja correr ou comer, seu comportamento era surpreendentemente semelhante.

Esses resultados, apesar de realizados em ratos, são provavelmente transferíveis para os humanos, pois as funções cerebrais envolvidas são semelhantes entre as duas espécies. Pessoas com um sistema de orexina restrito, como os narcolépticos ou aquelas tratadas para insônia, podem fornecer informações valiosas na continuação do trabalho.

Esta pesquisa abre caminho para novas estratégias para combater a obesidade e os distúrbios metabólicos, compreendendo melhor como o cérebro decide entre comer e fazer exercício.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature Neuroscience
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