Adrien - Sexta-feira 20 Dezembro 2024

Se você compartilhar isso sem ler, você está na maioria impulsiva 🧐

A maioria dos links compartilhados no Facebook nunca é acessada por quem os publica. Essa descoberta inesperada, resultado de uma análise abrangente conduzida por pesquisadores da Universidade Penn State, questiona nossos hábitos digitais e a propagação de informações online.

Ao analisar mais de 35 milhões de postagens públicas contendo links, compartilhadas no Facebook entre 2017 e 2020, os pesquisadores descobriram que cerca de 75% dos compartilhamentos eram feitos sem que o usuário clicasse previamente no link. Esse fenômeno se intensifica no caso de conteúdos políticos, sejam eles alinhados à esquerda ou à direita, em comparação com conteúdos neutros.


Este estudo, publicado na Nature Human Behavior, destaca que os usuários das redes sociais tendem a ler apenas os títulos e descrições antes de compartilhar um link. Essa prática promove uma disseminação rápida de desinformação e conteúdos duvidosos. Os pesquisadores explicam que essa superficialidade ocorre em um contexto onde a sobrecarga de informações se torna onipresente.


O professor S. Shyam Sundar, líder da equipe, expressou sua surpresa diante da escala do fenômeno. Ele observou que a maioria dos usuários compartilha conteúdos não por convicção profunda, mas porque parecem estar em conformidade com sua ideologia. Esse comportamento amplia os riscos de propagação de informações falsas, frequentemente oriundas de fontes conservadoras, segundo o estudo.

Os dados, obtidos por meio do consórcio Social Science One, também revelam que 82% dos links contendo desinformação eram provenientes de sites classificados como conservadores. Esses links foram compartilhados mais de 41 milhões de vezes, por vezes sem que os usuários verificassem seu conteúdo. Essa constatação reforça a ideia de que alguns usuários consideram esses conteúdos confiáveis apenas porque foram compartilhados por membros de sua rede social.

Para conter essa dinâmica, os pesquisadores propõem adicionar “fricções” nas plataformas, como obrigar os usuários a ler um conteúdo antes de poder compartilhá-lo. Essa medida poderia reduzir a propagação viral de desinformação, embora não consiga deter completamente campanhas intencionais de manipulação.

Esses comportamentos levantam questões sobre a responsabilidade dos indivíduos em relação às informações que divulgam. Sundar insiste na importância da educação midiática e do pensamento crítico diante de um fluxo constante de informações online. Essa vigilância é crucial para evitar alimentar involuntariamente campanhas destinadas a semear divisão.

Este estudo destaca uma questão importante para as plataformas de mídia social, mas também para os próprios usuários. Estar mais consciente e envolvido em suas interações online pode ser uma chave para combater a desinformação.

Fonte: Nature Human Behaviour
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