Cédric - Sexta-feira 15 Março 2024

Restaurar a visão com painéis solares miniaturizados nos olhos: cientistas estão trabalhando nisso!

Cientistas da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), em Sydney, estão atualmente explorando um caminho inovador para restaurar a visão em pessoas afetadas por doenças oculares incuráveis. Sua pesquisa foca na implantação de minúsculos painéis solares diretamente nos olhos, uma abordagem que poderia revolucionar a maneira como lidamos com os distúrbios da visão.


A ideia de ter painéis solares nos olhos pode parecer tirada de um romance de ficção científica, mas é baseada em fundamentos científicos sólidos. Esses dispositivos, chamados neuropróteses, são projetados para interagir com o sistema nervoso a fim de restaurar funcionalidades perdidas. Outro exemplo bem conhecido é o implante coclear, que estimula o nervo auditivo para melhorar a audição em pessoas com surdez severa.


Agora, os pesquisadores da UNSW estão investigando se uma tecnologia similar poderia ser aplicada à visão, especialmente em pessoas cujos fotoreceptores estão danificados. Essas células especializadas na retina absorvem a luz e a convertem em sinais elétricos transmitidos ao cérebro, mas seu mau funcionamento pode levar à perda progressiva da visão, como no caso da retinite pigmentosa ou da degeneração macular relacionada à idade.

O Dr. Udo Roemer, engenheiro especializado em fotovoltaica na UNSW, lidera pesquisas pioneiras nesse campo. Sua equipe está explorando a possibilidade de usar células solares miniaturizadas para converter a luz que entra no olho em pulsos elétricos, contornando assim os fotoreceptores danificados e transmitindo as informações visuais diretamente ao cérebro.

Essa abordagem apresenta desafios técnicos significativos. Para obter uma tensão elétrica suficiente para estimular os neurônios, é necessário empilhar várias células solares, o que exige uma miniaturização extrema. Além disso, os pesquisadores estão explorando materiais semicondutores alternativos, como o arsenieto de gálio, que oferecem vantagens em termos de ajuste de propriedades e eficiência em comparação ao silício convencional.

Embora essas pesquisas ainda estejam em um estágio inicial, os primeiros resultados são promissores. Os pesquisadores conseguiram empilhar duas células solares em laboratório sobre uma superfície de aproximadamente 1 cm², abrindo caminho para testes futuros em uma escala menor. O objetivo final é criar dispositivos implantáveis de cerca de 2 mm², com pixels de apenas 50 micrômetros, mas testes extensivos em modelos animais e humanos serão necessários antes de uma aplicação clínica.

É importante notar que essa tecnologia, embora inovadora, ainda está longe de estar disponível para uso clínico generalizado. Desafios permanecem, especialmente em termos de segurança e eficácia a longo prazo de tais dispositivos. No entanto, os avanços feitos pelo Dr. Roemer e sua equipe abrem perspectivas fascinantes para o futuro do tratamento de distúrbios da visão.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: UNSW - Universidade de Nova Gales do Sul
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