Uma cobra em cativeiro na Austrália estabeleceu recentemente um novo recorde mundial para a produção de veneno em uma única mordida, suscitando interesse e admiração entre os especialistas. Esta proeza vem de um Taipan Costeiro chamado Cyclone, um espécime particularmente temido até mesmo por seus cuidadores.
Um cuidador segura o Taipan Costeiro (Oxyuranus scutellatus) chamado Cyclone contra um copo de licor coberto com um filme plástico para extrair o veneno.
Crédito: Australian Reptile Park
De uma só mordida, Cyclone ejetou mais de 5,2 gramas de veneno, três vezes a quantidade média produzida por um Taipan Costeiro. Esta dose é suficiente para matar 400 humanos, segundo o
Australian Reptile Park, um zoológico localizado ao norte de Sydney. Esta performance supera o recorde anterior detido por outro Taipan Costeiro deste mesmo parque.
Os Taipans Costeiros estão entre as cobras mais venenosas do planeta. Originários das regiões costeiras do norte e do leste da Austrália, podem atingir até 2 metros de comprimento. Sua cabeça retangular e seus grandes olhos castanho-alaranjados são característicos, e a cor de sua pele varia do amarelo ao preto, passando pelo marrom.
Billy Collett, responsável pelas operações no
Australian Reptile Park, descreve Cyclone como uma cobra imprevisível e perigosa, mantendo constantemente os cuidadores em alerta. As mordidas de Taipans Costeiros são temidas e já causaram numerosas mortes ao redor do mundo.
O parque é o único estabelecimento na Austrália a praticar a coleta de veneno para produzir antídotos, uma tarefa perigosa que exige grande expertise. Os cuidadores também extraem veneno de outras cobras mortais, como as cobras marrons orientais e as cobras-tigre.
Da esquerda para a direita: Um copo contendo veneno de Taipan Costeiro, uma garrafa de veneno de Taipan liofilizado e uma garrafa de antídoto de Taipan.
Crédito: Australian Reptile Park
O veneno coletado é então liofilizado e enviado a um fabricante de antídotos. A contribuição recorde de Cyclone permitirá salvar vidas, em um país onde aproximadamente 3.000 mordidas de cobra são registradas a cada ano, resultando em 500 hospitalizações e duas mortes em média.
Fonte: Toxins