Neste verão, uma nova estrela deve tornar-se visível no nosso céu noturno. T Coronae Borealis, apelidada de "Blaze Star", promete um fenômeno astronômico raro.
Concepção artística de uma anã branca capturando matéria de seu companheiro gigante vermelho.
Crédito: NASA/CXC/M.Weiss
Localizada a 3.000 anos-luz, T Coronae Borealis é uma nova recorrente. Esses sistemas binários, compostos por uma gigante vermelha e uma anã branca, se destacam por explosões periódicas. Aproximadamente a cada 80 anos, a Blaze Star experimenta um aumento espetacular de luminosidade. A última explosão desse tipo ocorreu em 1946.
Os astrônomos preveem que T Coronae Borealis pode passar da magnitude +10 (invisível a olho nu) para +2 até setembro de 2024, alcançando um brilho comparável ao da Estrela Polar. Para localizar esta estrela, será necessário observar a constelação da Coroa Boreal, situada entre Boötes e Hércules.
A Blaze Star deve seu comportamento excepcional à interação entre suas duas estrelas constitutivas. A gigante vermelha transfere periodicamente matéria para a anã branca, provocando uma explosão quando essa matéria atinge uma massa crítica. Esse fenômeno, seguido por uma intensa emissão de luz, faz dela um objeto de fascinação para os astrônomos.
Desde 2015, T Coronae Borealis tem mostrado sinais de aumento de luminosidade, seguidos por um escurecimento em março de 2023. Esse padrão é similar ao observado antes das explosões de 1866 e 1946, sugerindo uma nova explosão iminente.
Uma ilustração de um sistema binário como T Coronae Borealis, também conhecida como Blaze Star.
Crédito: NASA's Goddard Space Flight Center
Quando a explosão ocorrer, T Coronae Borealis deverá ser visível a olho nu durante vários dias. Esta oportunidade única permitirá a todos, munidos de binóculos ou pequenos telescópios, observar uma nova recorrente em plena atividade.
Magnitude estelar: uma escala para medir a luminosidade das estrelas
A magnitude estelar é uma escala logarítmica usada em astronomia para quantificar a luminosidade das estrelas e outros objetos celestes. Esta escala, inventada pelo astrônomo grego Hiparco no século II a.C., baseia-se no princípio de que as estrelas mais brilhantes têm uma magnitude menor.
Nesta escala, cada diminuição de 1 ponto de magnitude corresponde a um aumento de luminosidade de aproximadamente 2,5 vezes. Assim, uma estrela de magnitude 1 é cerca de 2,5 vezes mais luminosa do que uma estrela de magnitude 2 e 100 vezes mais luminosa do que uma estrela de magnitude 6. As magnitudes também podem ser negativas para objetos extremamente luminosos: por exemplo, a magnitude aparente do Sol é -26,7, enquanto a da Lua cheia é -12,6.
Existem dois tipos de magnitude: a magnitude aparente e a magnitude absoluta. A magnitude aparente mede a luminosidade de um objeto visto da Terra, sem levar em conta a distância. Em contraste, a magnitude absoluta mede a luminosidade intrínseca de um objeto, padronizada a uma distância de 10 parsecs (cerca de 32,6 anos-luz).
O uso da magnitude estelar permite que os astrônomos comparem a luminosidade das estrelas e outros objetos celestes de maneira consistente, facilitando assim o estudo do Universo.
Fonte: arXiv