A ideia de dotar o corpo humano de capacidades regenerativas, como as dos super-heróis, poderia se tornar realidade? Um estudo japonês explora essa via audaciosa ao transferir genes de regeneração para moscas-das-frutas, revelando perspectivas promissoras para a medicina antienvelhecimento.
Pesquisadores da Universidade de Tóquio introduziram genes de regeneração provenientes de organismos simples em moscas-das-frutas, animais mais complexos. Esta manipulação permitiu suprimir problemas intestinais relacionados à idade nas moscas. Esta descoberta abre caminho para estudos aprofundados sobre genes de espécies altamente regenerativas para rejuvenescer células-tronco e prolongar a vida saudável dos organismos.
O Professor Yuichiro Nakajima e sua equipe focalizaram os genes específicos das espécies altamente regenerativas, os genes JmjC de alta regeneração (HRJD), e os transferiram para
Drosophila melanogaster. O objetivo era examinar os efeitos desses genes na regeneração e envelhecimento das moscas-das-frutas.
Embora as moscas modificadas não tenham regenerado tecidos lesionados, Hiroki Nagai observou um aumento na divisão das células-tronco intestinais e uma supressão das células mal diferenciadas nas moscas envelhecidas, o que teve um efeito notável na sua longevidade.
As duas imagens à esquerda mostram proteínas intestinais perturbadas pelo envelhecimento, enquanto as da direita mostram as mesmas proteínas melhor preservadas graças aos genes HRJD.
Crédito: ©2024 Hiroki Nagai CC-BY-ND
As experimentações foram longas, pois o processo de envelhecimento das moscas leva cerca de dois meses. Apesar das dificuldades, os resultados obtidos abrem perspectivas para novas estratégias antienvelhecimento e terapias com células-tronco em humanos.
Fonte: BMC Biology