Pela primeira vez, casos de gripe aviária altamente patogênica (HPAI) H5N1 foram detectados em alpacas no sul de Idaho, nos Estados Unidos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), essa descoberta ocorreu em uma fazenda no condado de Jerome, onde as alpacas estavam em contato próximo com aves infectadas.
Em 16 de maio, os laboratórios nacionais dos serviços veterinários do USDA confirmaram a infecção. Embora seja uma novidade para esses membros da família dos camelídeos, a agência afirmou que isso não foi particularmente surpreendente. As aves infectadas na fazenda foram "abatidas" neste mês. Entre os 18 alpacas presentes, apenas quatro testaram positivo, sem óbitos registrados.
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O sequenciamento genômico indica que o vírus H5N1 que infecta as alpacas corresponde ao que está atualmente circulando entre as vacas leiteiras nos Estados Unidos e nas aves da fazenda. Segundo a Alpaca Owners Association, mais de 264.000 alpacas estão registradas nos Estados Unidos.
Essa descoberta não representa uma ameaça aumentada ao público em geral, mas destaca a capacidade preocupante do vírus de se espalhar para mamíferos. Desde maio de 2022, o USDA documentou centenas de casos de H5N1 em uma grande variedade de mamíferos, incluindo vacas leiteiras, visons, guaxinins, raposas, gatos, focas, ursos, pumas, golfinhos, cabras e coiotes.
Cada nova infecção oferece ao vírus a oportunidade de se adaptar para melhor infectar e se espalhar entre os mamíferos. Quando o vírus se transmite para mamíferos em contato próximo com humanos, o risco de uma adaptação para transmissão inter-humana aumenta.
O USDA e as autoridades locais continuam a monitorar a presença de H5N1 em rebanhos leiteiros. Segundo os dados mais recentes, pelo menos 66 rebanhos em nove estados americanos foram infectados. Os cientistas acompanham de perto o vírus H5N1 há cerca de duas décadas. Embora afetasse principalmente aves até recentemente, agora infecta uma variedade mais ampla de mamíferos selvagens e domésticos, o que preocupa em relação a uma possível transmissão inter-humana.