Redbran - Sexta-feira 12 Janeiro 2024

Por que um dia a mais em 2024? E por que "bi" e não "quatri" em "bissexto"?

No nosso dia a dia regulado pelo calendário, 2024 destaca-se como um ano bissexto, pontuado por um dia extra: 29 de fevereiro. Essa particularidade, essencial, merece uma explicação.

Um ano bissexto, como o de 2024, conta com 366 dias em vez de 365. Esse dia extra, inserido em fevereiro, corrige um desequilíbrio entre o nosso calendário e o tempo real que a Terra leva para completar uma órbita ao redor do Sol. De fato, um ano solar dura aproximadamente 365,24 dias. Sem os anos bissextos, esse pequeno desvio acumular-se-ia, deslocando gradualmente a nossa representação das estações.


O conceito dos anos bissextos remonta a Júlio César em 45 a.C., com a introdução do calendário juliano. Esse sistema, contudo, não era exato e levava a um desvio das estações e celebrações importantes. Para corrigir estas irregularidades, o Papa Gregório XIII introduziu o calendário gregoriano em 1582. Este, mais preciso, exclui os anos bissextos para os anos que terminam em 00, exceto aqueles divisíveis por 400 como o ano 2000.


Este sistema, que inclui anos bissextos a cada quatro anos, com algumas exceções, e até a adição ocasional de segundos intercalares, assegura que nossos calendários permaneçam alinhados com o ano solar. Embora os anos bissextos sejam um conceito comum no calendário gregoriano, outros calendários, como os hebraico, islâmico, chinês e etíope, têm suas próprias versões do ano bissexto, mas com intervalos e cálculos diferentes.

A implementação dos anos bissextos é, portanto, uma solução engenhosa para um problema astronômico, garantindo que nossos calendários fiquem o mais próximos possíveis da realidade.

Bissexto... Mas "bi" significa "dois", não "quatro"?


O uso do termo "bissexto" para designar os anos que contêm um dia extra pode parecer paradoxal, pois "bi" significa "dois" e não "quatro". No entanto, a explicação reside na história da medição do tempo.

No antigo calendário romano, antes da introdução do calendário juliano por Júlio César, os meses eram organizados de tal forma que cada ano contava com 355 dias. Para alinhar o calendário com as estações, os romanos adicionavam um mês intercalar a cada dois anos. Todavia, este sistema era imperfeito e levava a desvios significativos.


César, com a ajuda do astrónomo Sosígenes, reformou esse calendário em 45 a.C., criando o calendário juliano. Neste novo sistema, em vez de adicionar um mês inteiro, escolheu-se adicionar um dia extra a cada quatro anos no mês de fevereiro. Esta reforma introduziu a noção de ano bissexto como a conhecemos hoje.

O termo "bissexto" vem do latim "bis sextus dies ante calendas martii", significando literalmente "o sexto dia antes das calendas de março repetido duas vezes". No antigo calendário romano, os dias eram frequentemente contados de trás para frente a partir das "calendas", o primeiro dia do mês. Assim, o 24 de fevereiro era tradicionalmente chamado de "o sexto dia antes das calendas de março". Nas anos bissextos, esse dia era contado duas vezes para reajustar o calendário com o ano solar, daí a denominação "bissexto".

Em resumo, "bissexto" não se refere ao número quatro, mas à repetição (bi) de um dia específico (o sexto dia antes das calendas de março) no calendário juliano. É essa repetição que compensa a diferença entre o ano civil e o ano solar.
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