Adrien - Terça-feira 2 Julho 2024

De onde vêm estes 10 000 surtos rápidos de rádio detectados por dia no Universo?

Na imensidão do Universo, os surtos rápidos de rádio (FRB) intrigam os cientistas com sua energia colossal e brevidade. Emitindo em poucos milissegundos tanta energia quanto o Sol em três dias, esses fenômenos provêm de galáxias distantes. No entanto, apesar de sua ocorrência — até 10 000 por dia — sua origem permanece misteriosa.


Impressão artística de um surto rápido de rádio atingindo a Terra.
Crédito: Jingchuan Yu, Planetário de Pequim

Entre esses FRB, uma minoria reaparece regularmente, enquanto a maioria se manifesta apenas uma vez. Essa divergência levou os cientistas a explorar os possíveis mecanismos por trás desses surtos. Pesquisadores da Universidade de Toronto utilizaram o Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment (CHIME) para estudar as propriedades da luz polarizada de 128 FRB não recorrentes. Eles descobriram que esses surtos únicos parecem vir de galáxias semelhantes à nossa Via Láctea.


Ayush Pandhi, doutorando do Instituto Dunlap de Astronomia e Astrofísica, destaca que a luz polarizada dos FRB oferece pistas sobre suas origens. Ao contrário das estrelas, os FRB emitem uma luz polarizada, orientada em uma direção específica. Essa polarização pode revelar o mecanismo de sua emissão e os ambientes que atravessam antes de chegar à Terra.

O estudo preencheu uma lacuna na pesquisa sobre os FRB não recorrentes, frequentemente mais difíceis de observar do que seus homólogos recorrentes. Os telescópios devem cobrir vastas áreas do céu para capturar esses sinais efêmeros, uma tarefa facilitada pelo CHIME.

As descobertas revelam que os FRB não recorrentes atravessam ambientes menos extremos do que os recorrentes, que muitas vezes provêm de áreas turbulentas, como os restos de supernovas. Essa polarização mais fraca dos FRB não recorrentes pode indicar campos magnéticos menos intensos ou uma matéria menos densa ao redor deles.


Os surtos rápidos de rádio iluminam o céu acima da Terra.
Crédito: NRAO Outreach/T. Jarrett (IPAC/Caltech); B. Saxton, NRAO/AUI/NSF

Pandhi menciona que essa pesquisa pode afastar algumas teorias sobre os objetos que originam os FRB, como estrelas de nêutrons altamente magnetizadas, conhecidas como pulsares. A diferença notável entre a polarização dos FRB e a dos pulsares sugere mecanismos distintos.

A equipe de Pandhi continua refinando a compreensão desses surtos misteriosos, buscando distinguir a polarização dos FRB provenientes da Via Láctea daqueles originários de outras galáxias. Esses esforços visam elucidar os mecanismos por trás dos FRB, um enigma que fascina e motiva os pesquisadores a desvendar os segredos dessas explosões cósmicas.

Fonte: the Astrophysical Journal
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