Redbran - Quarta-feira 22 Maio 2024

Nova compreensão sobre o surgimento do câncer: em direção a tratamentos eficazes?

Normalmente, as células humanas seguem um processo ordenado para se dividir. Primeiro, elas copiam seu genoma, separam as cópias e, em seguida, distribuem o material genético em duas células filhas. No entanto, células cancerígenas podem apresentar uma duplicação temporária no número de cromossomos, um fenômeno até então não bem compreendido.

Pesquisadores da Johns Hopkins Medicine identificaram uma via molecular em células humanas que abre perspectivas promissoras para o combate ao câncer. Esta descoberta pode ajudar a entender como as células cancerígenas conseguem duplicar seu genoma de maneira excessiva sem se dividir.


Quando as células são submetidas a estresse, como a exposição a drogas ou radiação UV, elas podem entrar em uma fase dormente. Este processo, destinado a impedir a divisão de células danificadas, pode falhar. Algumas células estressadas podem tentar recopiar seu genoma, aumentando os riscos de câncer.


A equipe de Sergi Regot estudou as células dos ductos mamários e dos tecidos pulmonares, que se dividem rapidamente, permitindo observar o ciclo celular em detalhes. Os pesquisadores utilizaram biossensores fluorescentes para marcar as enzimas quinases dependentes de ciclina (CDK), essenciais para regular o ciclo celular.

Os pesquisadores observaram que, sob estresse, a atividade das enzimas CDK4 e CDK6 diminuía, seguida pela da CDK2, levando à ativação prematura do complexo proteico APC, normalmente ativo durante a mitose. Esse desarranjo incita algumas células a saírem de sua fase de repouso e a recopiar seu genoma sem se dividir.

Vídeo de uma célula passando por uma etapa do ciclo celular, duplicando seu genoma duas vezes sem se dividir. Pontos luminosos aparecem no núcleo celular, indicando onde o DNA está sendo replicado.
Crédito: Sergi Regot lab, Johns Hopkins Medicine

Essas observações são cruciais, pois podem guiar o desenvolvimento de novas terapias. Combinando agentes que danificam o DNA com inibidores de CDK, poderia-se provocar uma duplicação genômica anormal em células cancerígenas, tornando os tratamentos mais eficazes. Além disso, bloquear a ativação prematura do APC poderia prevenir a progressão tumoral.

A pesquisa continua para entender os mecanismos precisos e testar novas combinações de medicamentos. Ensaios clínicos em andamento podem revelar abordagens promissoras para prevenir a duplicação excessiva do genoma em células cancerígenas.

Fonte: Science
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