Marte continua a fascinar. Recentemente, a Agência Espacial Europeia (ESA) publicou uma imagem impressionante de Noctis Labyrinthus, uma vasta rede de canyons localizada entre o sistema de canyons Valles Marineris e a região vulcânica de Tharsis. Esta área única, que se estende por cerca de 1.190 quilômetros de comprimento, 30 quilômetros de largura e mergulha até 6 quilômetros de profundidade, é pontilhada por dunas de areia, canyons e deslizamentos de terra.
Noctis Labyrinthus, visto pelo Mars Express.
Crédito da imagem: ESA/DLR/FU Berlin, CC BY-SA 3.0 IGO
O satélite Mars Express da ESA, em órbita ao redor de Marte desde dezembro de 2003, capturou estas imagens deslumbrantes. A superfície de Noctis Labyrinthus testemunha processos geológicos complexos, incluindo o vulcanismo, que esticou e afinou a crosta marciana, resultando na formação de fissuras. Este local está na junção da borda oeste de Valles Marineris, frequentemente comparada ao Grand Canyon terrestre, e Tharsis, a maior região vulcânica de Marte, abrigando 12 grandes vulcões.
Desde o início de sua missão há quase 20 anos, Mars Express não só foi capaz de capturar imagens espetaculares do planeta vermelho, mas também revelou a história da água em Marte, apoiando a ideia de que o planeta pode ter, no passado, abrigado condições favoráveis à vida.
Mars Express: uma jornada científica ao redor de Marte
A nave Mars Express é composta por duas partes principais: o orbitador, que circula ao redor de Marte, e o módulo Beagle 2, que tinha como destino pousar na superfície marciana (embora essa parte da missão tenha sido um fracasso). O orbitador, por sua vez, conseguiu fornecer dados valiosos e imagens inéditas do planeta vermelho.
Os instrumentos científicos a bordo do Mars Express são variados e avançados. Incluem câmeras estereoscópicas para cartografia em 3D, espectrômetros para analisar a composição mineral e química, e radares para detectar a presença de água sob a superfície. Essas ferramentas permitiram coletar dados cruciais sobre a topografia de Marte, suas variações climáticas, bem como a presença de água, na forma de gelo, nas regiões polares.
Uma das descobertas mais significativas do Mars Express relaciona-se com a história hidrológica de Marte. Os dados coletados indicam que o planeta pode ter abrigado água líquida no passado, o que levanta questões sobre a possibilidade de vida antiga em Marte.
Fonte: Agência Espacial Europeia