Cédric - Domingo 13 Julho 2025

🧭 O naufrágio deste navio que transportava um tesouro de 138 milhões de dólares ressurge

Ao largo de Madagascar, um naufrágio carregado de história e ouro repousa nas águas turquesas do Oceano Índico. Pesquisadores acreditam ter identificado um navio português saqueado por piratas em 1721, revelando um capítulo pouco conhecido da era de ouro da pirataria.

Esta descoberta resulta de dezesseis anos de investigação arqueológica conduzida por uma equipe americana. O navio, batizado de Nossa Senhora do Cabo, transportava riquezas colossais provenientes das colônias portuguesas na Índia antes de cair nas mãos de flibusteiros lendários.


As pesquisas arqueológicas revelaram estruturas de madeira do casco do Nossa Senhora do Cabo.
Crédito da imagem: Centro para a Preservação de Naufrágios Históricos


Um naufrágio carregado de história


O naufrágio está localizado próximo à ilha de Nosy Boraha, antigo reduto de piratas chamado Ilha de Santa Maria no século XVIII. Análises estruturais e artefatos encontrados confirmam sua identidade, segundo pesquisadores do Center for Historic Shipwreck Preservation. Entre os objetos recuperados estão estatuetas religiosas em marfim e fragmentos de um crucifixo.

Arquivos indicam que o navio partiu de Goa em 1721 com o vice-rei de Portugal e o arcebispo da colônia a bordo. Apanhado por uma tempestade, tornou-se presa fácil para piratas liderados por Olivier Levasseur, apelidado "O Abutre". O saque, estimado em 138 milhões de dólares atuais, incluía ouro, pérolas e objetos sagrados.


Crédito da imagem: Centro para a Preservação de Naufrágios Históricos


Um tesouro multifacetado



Os artefatos religiosos, fabricados em Goa, testemunham os intercâmbios culturais entre Índia e Europa. Uma placa de marfim com a inscrição "INRI" (Jesus Nazareno, Rei dos Judeus) chamou particular atenção. Estas peças deveriam chegar a Lisboa, mas sua viagem foi interrompida pelo ataque pirata.

O destino dos passageiros permanece em parte misterioso. Se o vice-rei foi libertado mediante resgate, o paradeiro do arcebispo e dos 200 escravos moçambicanos embarcados continua desconhecido. Pesquisadores esperam que futuras escavações esclareçam estas zonas obscuras.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
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