Cédric - Quinta-feira 11 Setembro 2025

🩺 A NASA vai usar uma IA para tratar seus astronautas

A ideia de um médico virtual viajando com os astronautas não pertence mais apenas à ficção científica. As futuras missões lunares e marcianas podem muito bem embarcar uma ferramenta inédita de assistência médica.

As agências espaciais questionam-se sobre como garantir a saúde das tripulações quando o retorno à Terra é impossível. A telemedicina atinge rapidamente seus limites no espaço. De fato, uma missão à Lua pode causar um atraso de 10 segundos para uma ida e volta de rádio, e até 45 minutos para Marte. Nessas condições, é impossível obter respostas imediatas em caso de emergência.


É por essa razão que a NASA, que prepara o programa Artemis, optou por colaborar com a Google para testar um dispositivo de inteligência artificial capaz de ajudar a diagnosticar e tratar doenças diretamente no local.

Um assistente médico digital projetado para o espaço



O projeto tem o nome de Crew Medical Officer Digital Assistant (ou CMO-DA). Esta ferramenta pertence à família dos sistemas de apoio à decisão clínica, já utilizados em hospitais. Sua particularidade reside na sua autonomia e capacidade de adaptação às condições espaciais.

O assistente baseia-se nas técnicas de processamento automático de linguagem e na aprendizagem automática. Foi treinado numa vasta base de documentos médicos relacionados a voos espaciais. O objetivo é fornecer uma análise imediata do estado de saúde dos astronautas.

Os designers especificam que o sistema não substitui um médico. Visa antes orientar um membro da tripulação designado como responsável médico. As decisões baseiam-se assim em dados e em previsões fundamentadas em sintomas descritos em tempo real.

Testes promissores em diferentes cenários


Simulações médicas já foram realizadas para avaliar a eficácia da ferramenta. Três situações foram testadas: uma dor abdominal, uma lesão no tornozelo e uma otite. Os resultados mostraram uma boa precisão diagnóstica, com uma taxa de até 88% dependendo do caso (74% para as dores abdominais, 80% para a otite e 88% para a lesão no tornozelo).

As avaliações basearam-se no quadro OSCE, utilizado na formação médica para medir a capacidade de um profissional em estabelecer um diagnóstico. O assistente foi considerado capaz de raciocinar de forma confiável perante diferentes sintomas.

Médicos e até um astronauta participaram desta fase de teste. O seu retorno permitiu orientar as melhorias do sistema, nomeadamente em matéria de raciocínio clínico e plano de tratamento.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nasa
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