Adrien - Terça-feira 9 Abril 2024

Menos árvores, mais mercúrio no ar: o preocupante estudo do MIT

Um recente estudo do MIT revela que o desmatamento global é responsável por aproximadamente 10% das emissões de mercúrio de origem humana na atmosfera cada ano. Esse achado sublinha a importância das florestas, como a Amazônia, como sumidouros de mercúrio, captando essa substância tóxica do ar.


O mercúrio é um poluente tóxico cuja gestão representa um desafio global, em parte devido à sua acumulação nas cadeias alimentares, resultando em níveis perigosos de metilmercúrio nos peixes que consumimos. O desmatamento desempenha um papel significativo nesse problema, liberando cerca de 200 toneladas de mercúrio na atmosfera anualmente. Essa quantidade representa 10% do total das emissões de mercúrio devido a atividades humanas.

As florestas, ao absorver o mercúrio do ar através das folhas das árvores, contribuem de maneira essencial para reduzir a presença desse metal pesado no nosso meio ambiente. O papel crucial da Amazônia, responsável por cerca de 30% da absorção mundial de mercúrio pelas terras, é enfatizado. Os esforços de reflorestamento poderiam aumentar em 5% anualmente a absorção de mercúrio, mas isso não substitui a necessidade de medidas de controle da poluição em escala global.


A pesquisa, liderada por Ari Feinberg e Noelle Selin do MIT, com a colaboração de Martin Jiskra, Pasquale Borrelli e Jagannath Biswakarma, utiliza um modelo de transporte químico para rastrear o mercúrio desde sua fonte de emissão até seu depósito final, geralmente pelas precipitações ou absorção pelas florestas. Este modelo permitiu quantificar pela primeira vez o impacto do desmatamento nas emissões de mercúrio.

Nos países tropicais e subtropicais, a parcela das emissões devido ao desmatamento é ainda mais acentuada. Por exemplo, no Brasil, essas emissões representam 40% do total das emissões de origem humana. O uso do fogo para preparar as terras florestais para a agricultura libera ainda mais mercúrio, anteriormente armazenado pela vegetação.

Este estudo destaca a necessidade de considerar o desmatamento nas políticas de gestão do mercúrio, um aspecto até agora negligenciado pelos acordos internacionais como a Convenção de Minamata de 2013. Ele apela para uma melhor compreensão dos sistemas ecológicos envolvendo as atividades humanas para resolver eficazmente os problemas ambientais enfrentados.

Fonte: Environmental Science & Technology
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