Cédric - Terça-feira 20 Fevereiro 2024

Invenção de um arroz rosa incorporando células de bovino: a nossa alimentação de amanhã?

Cientistas coreanos conseguiram pela primeira vez cultivar células musculares e adiposas bovinas dentro de grãos de arroz, abrindo caminho para uma nova categoria de alimentos ricos em proteínas. Esta iniciativa, publicada na revista Matter, propõe um alimento híbrido, chamado "arroz-bovino", que poderia potencialmente atender a necessidades alimentares diversas, especialmente em contextos de crise alimentar ou quando necessário alimentar populações desfavorecidas ou forças armadas.


O alimento híbrido arroz-bovino é rosa porque o meio de cultura celular contém vermelho de fenol, um indicador de acidez.
Crédito: Universidade Yonsei

Esta pesquisa, realizada por uma equipe da universidade sul-coreana de Yonsei, baseia-se na utilização do arroz como suporte para o crescimento de células animais. Ao contrário das tentativas anteriores, que enfrentaram dificuldades, os pesquisadores conseguiram promover a adesão e crescimento das células, revestindo previamente os grãos de arroz com gelatina de peixe e transglutaminase microbiana. Este método permitiu obter um produto final com um conteúdo ligeiramente superior de gorduras e proteínas em comparação ao arroz comum.


Embora o arroz-bovino possa parecer um arroz tradicional após o cozimento, sua textura e sabor apresentam nuances únicas, com aromas que lembram os da carne bovina e da amêndoa. Do ponto de vista nutricional, ele oferece um conteúdo proteico aumentado, mantendo uma pegada de carbono relativamente baixa em comparação à carne bovina convencional. De fato, este alimento emitiria cerca de 6,27 kg de CO2 para cada 100 g de proteínas, enquanto a carne bovina emite 50 kg.

As implicações desta descoberta vão muito além do domínio da nutrição. De fato, em um contexto de pressão crescente sobre os recursos alimentares e preocupações ambientais, o surgimento de soluções alimentares inovadoras como o arroz-bovino oferece um vislumbre de esperança para um futuro mais sustentável e justo.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Matter
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