Adrien - Terça-feira 13 Agosto 2024

Inesperado: as emissões humanas de nitrogênio resfriam o clima

O nitrogênio, elemento onipresente na atmosfera, revela uma faceta inesperada: suas emissões teriam um efeito de resfriamento sobre o clima.


Um estudo internacional conduzido pelo Instituto Max Planck e a Universidade de Sydney revela que as emissões de nitrogênio provenientes de fertilizantes e combustíveis fósseis têm um efeito de resfriamento sobre o clima. No entanto, esse fenômeno é acompanhado por muitos impactos negativos no meio ambiente e na saúde, necessitando de uma ação urgente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Os pesquisadores descobriram que as emissões de nitrogênio provenientes das atividades humanas, como o uso de fertilizantes e a queima de combustíveis fósseis, podem resfriar o clima ao bloquear a luz solar e favorecer o crescimento das plantas.


Os resultados, publicados na Nature, indicam que o nitrogênio reativo liberado pelas atividades humanas resfria o clima em 0,34 watt por metro quadrado. Apesar desse resfriamento, os gases de efeito estufa continuam a aumentar, superando os efeitos benéficos do resfriamento devido ao nitrogênio.

Os pesquisadores alertam que o aumento dos níveis de nitrogênio na atmosfera não é uma solução viável. Federico Maggi, da Universidade de Sydney, destaca que os fertilizantes nitrogenados poluem as águas e que os óxidos de nitrogênio dos combustíveis fósseis poluem o ar, tornando essa abordagem inaceitável para combater as mudanças climáticas.

Sönke Zaehle, do Instituto Max Planck, lembra que as emissões de nitrogênio têm efeitos nocivos sobre a saúde, a biodiversidade e a camada de ozônio. Os resultados não devem ocultar os impactos negativos do nitrogênio, nem justificar seu uso crescente para combater o aquecimento global.

O nitrogênio elementar, compondo 78% do ar, é climaticamente neutro, mas seus compostos reativos podem aquecer ou resfriar o clima. Por exemplo, o óxido nitroso (N2O) é um gás de efeito estufa quase 300 vezes mais potente que o CO2.

O estudo destaca a importância dos modelos matemáticos para entender os efeitos globais do nitrogênio sobre o clima e o meio ambiente.

Fonte: Nature
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