O cometa 12P/Pons-Brooks, um gigantesco corpo celeste de gelo e rocha, está se aproximando da Terra, revelando uma espiral de luz inédita.
Este cometa, com um diâmetro de 17 quilômetros, realiza uma órbita ao redor do Sol seguindo uma trajetória bastante elíptica a cada 71 anos. Seu núcleo gelado, cercado por uma casca de gelo, é envolvido por uma coma: uma nuvem de poeira gelada que se desprende gradualmente. O que distingue o 12P é sua atividade criovulcânica. Sob o efeito da radiação solar, fissuras se formam, liberando jatos de matéria gelada. Isso lhe confere um brilho excepcional durante essas erupções.
Uma espiral de luz até então desconhecida foi observada na coma do cometa 12P/Pons-Brooks em novas imagens.
Crédito: Jan Erik Vallestad
No último ano, o 12P foi destaque quando experimentou uma erupção massiva, a primeira em 69 anos, resultando em "chifres demoníacos". No entanto, estes últimos desapareceram em erupções mais recentes. À medida que se aproxima do Sol, sua coma verde, devido a uma forte concentração de dicarbono (carbono diatômico), tornou-se muito mais visível, assim como sua cauda poeirenta varrida pelo vento solar.
Uma espiral de luz escondida, envolvendo o coração de gelo do cometa, foi trazida à luz. Esta descoberta é o resultado do trabalho do astrofotógrafo Jan Erik Vallestad, que, da Noruega, usou um software especializado para revelar esta estrutura espiralada na coma. Esta espiral seria o resultado de pequenos geysers na superfície do cometa, projetando jatos de criomagma que, devido à rotação do cometa, assumem uma forma turbilhonante.
Sem tratamento de imagem, a espiral do cometa 12P/Pons-Brooks não é visível.
Crédito: Jan Erik Vallestad Atualmente, o 12P atravessa o sistema solar interior a uma velocidade de aproximadamente 64.500 km/h. Ele alcançará seu ponto mais próximo do Sol em 24 de abril, antes de passar perto da Terra no início de junho, onde deverá ser visível a olho nu.
Fotografias do 12P foram tiradas por astrofotógrafos nos últimos meses, capturando especialmente seu trânsito próximo à nebulosa do Crescente. Alguns até esperam que ele seja visível durante o eclipse solar total de 8 de abril no continente norte-americano, embora uma grande erupção de criomagma seja necessária para garantir sua visibilidade.