O vulcão Kilauea, no Havaí, está apresentando uma atividade eruptiva impressionante, com fontes de lava atingindo alturas espetaculares. Esses fenômenos, entre os mais intensos das últimas quatro décadas, levantam questões sobre seu impacto ambiental e na saúde.
As fontes de lava observadas no último domingo lançaram materiais a mais de 300 metros no céu, aproximadamente a altura da Torre Eiffel em Paris. Segundo estimativas dos cientistas, o vulcão também emite até 75 mil toneladas de dióxido de enxofre tóxico por dia. Esses dados, publicados no site do
U.S. Geological Survey (USGS), destacam a magnitude da erupção.
A erupção atual na cratera Halema'uma'u mantém o magma próximo à superfície. Essa atividade faz parte de um ciclo eruptivo que começou em dezembro de 2024, marcando o 23º episódio desde seu início. Os cientistas comparam essa fase à da erupção histórica de Pu'u'ō'ō, que durou de 1983 a 2018.
O Kilauea, um dos vulcões mais ativos do mundo, domina cerca de 14% da área da ilha do Havaí. Com 1.227 metros de altitude, sua cratera Halema'uma'u é considerada a morada de Pelé, a deusa havaiana do fogo. Embora a erupção esteja contida no Parque Nacional dos Vulcões do Havaí, suas emissões gasosas ultrapassam amplamente esses limites.
Os gases vulcânicos, principalmente vapor d'água, dióxido de carbono e dióxido de enxofre, representam um grande perigo. O SO2 pode formar uma névoa vulcânica, ou 'vog', prejudicial à saúde. As autoridades alertam para os riscos respiratórios e de irritação nos olhos e pele, especialmente para as populações expostas.
Entre outros perigos, os 'cabelos de Pelé', filamentos de vidro vulcânico, são particularmente preocupantes. Essas formações, dispersadas pelo vento, podem causar irritações na pele e nos olhos. O USGS recomenda evitar qualquer contato com essas partículas e monitora continuamente a atividade do vulcão por meio de webcams.
A erupção do Kilauea oferece um espetáculo natural impressionante, mas lembra o poder destrutivo da natureza. Os cientistas continuam monitorando de perto essa atividade, tanto para entender seus mecanismos quanto para proteger as populações vizinhas.
O que é o 'vog' e como afeta a saúde?
O 'vog' é uma névoa vulcânica formada quando o dióxido de enxofre emitido por um vulcão reage com o oxigênio e a umidade do ar. Esse fenômeno é particularmente comum no Havaí devido à frequente atividade do Kilauea.
A inalação do 'vog' pode causar problemas respiratórios, especialmente em pessoas com asma ou outras doenças pulmonares. Os sintomas incluem tosse, irritação na garganta e dificuldade para respirar.
Além das vias respiratórias, o 'vog' também pode irritar os olhos e a pele. As autoridades de saúde recomendam ficar em ambientes fechados nos dias em que a concentração de 'vog' está alta, principalmente para grupos vulneráveis.
O monitoramento contínuo das emissões vulcânicas permite antecipar episódios de 'vog' e informar a população em tempo real. Medidas de proteção, como o uso de máscaras, podem reduzir os riscos à saúde.
Por que os cabelos de Pelé são perigosos?
Os cabelos de Pelé são filamentos de vidro vulcânico formados quando bolhas de gás na lava estouram na superfície. Esses filamentos, extremamente finos e leves, podem ser transportados por longas distâncias pelo vento.
Seu perigo reside na capacidade de penetrar na pele e nos olhos, causando irritações e ferimentos. Sua estrutura frágil os torna difíceis de manusear sem risco.
Além dos riscos físicos, os cabelos de Pelé podem contaminar reservas de água e plantações. Sua presença maciça após uma erupção exige medidas de limpeza específicas para proteger as comunidades locais.
Os cientistas estudam essas formações para entender melhor sua dispersão e desenvolver métodos de proteção eficazes. Seu monitoramento é essencial para minimizar o impacto na saúde pública e no meio ambiente.
Fonte: U.S. Geological Survey (USGS)