Não é raro que asteroides passem perto do nosso planeta. Contudo, Apophis, apelidado de "Deus do Caos", pode escrever um novo capítulo nesta história. A NASA e a ESA estão monitorando de perto este objeto celeste.
Descoberto em 2004, Apophis foi classificado no nível 4 na escala de Turim, indicando um encontro próximo preocupante. Desde então, os cientistas estimaram que este gigante de mais de 300 metros de diâmetro não deveria colidir com a Terra, pelo menos até o final do século.
No entanto, surge uma nova hipótese. O astrônomo canadense Paul Wiegert explorou um cenário em que Apophis poderia desviar de sua trajetória em 2029. Segundo suas análises, uma colisão com um pequeno objeto celeste poderia mudar o destino deste asteroide.
Até mesmo um encontro com um objeto de apenas 3,4 metros poderia ser suficiente para alterar sua trajetória e direcioná-lo para o nosso planeta. Wiegert ressalta que esta situação é extremamente improvável, com chances inferiores a uma em dois bilhões. No entanto, mesmo probabilidades tão baixas levantam questões.
O espaço continua vasto, e as colisões entre objetos celestes são raras. A missão Ramses da ESA, prevista para 2029, permitirá observar Apophis de perto. O objetivo é entender melhor seu comportamento diante das forças gravitacionais terrestres.
Se não ocorrer nenhuma catástrofe, Apophis passará a uma distância de apenas 32.000 quilômetros do nosso planeta, bem aquém da órbita dos satélites geoestacionários. Este evento será visível para cerca de dois bilhões de pessoas, desde que o céu esteja limpo. Enquanto aguardam este encontro celeste, os especialistas continuam refinando suas previsões. Um impacto eventual é pouco provável, mas continua sob vigilância atenta.
O que é a escala de Turim?
A escala de Turim é uma ferramenta criada para avaliar o risco de colisão de um objeto celeste, como um asteroide, com a Terra. Ela é composta por níveis que vão de 0 a 10. O nível 0 significa "nenhum risco", enquanto o nível 10 designa uma colisão certa que pode causar uma catástrofe climática global.
Esta escala leva em consideração vários fatores, incluindo a probabilidade do impacto e a energia liberada em caso de colisão. Um nível 4, como o atribuído a Apophis, indica um encontro próximo que requer atenção especial dos astrônomos, com um risco potencial de devastação regional.
Na prática, esta escala é usada para comunicar o grau de ameaça dos objetos próximos à Terra ao público em geral e aos tomadores de decisão. Os níveis podem ser ajustados à medida que novas informações se tornam disponíveis, permitindo assim uma melhor avaliação dos riscos e a adoção de medidas apropriadas, se necessário.
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: The Planetary Science Journal