Cédric - Quarta-feira 10 Setembro 2025

📶 Este sistema usa ondas Wi-Fi para nos identificar

Cada movimento do nosso corpo modifica imperceptivelmente o ambiente eletromagnético que nos rodeia. Essas alterações, invisíveis a olho nu, poderiam agora servir como impressão digital única para nos reconhecer.

Pesquisadores italianos desenvolveram um sistema capaz de identificar uma pessoa apenas através das perturbações que ela provoca numa rede Wi-Fi. Batizado de WhoFi, este dispositivo não precisa nem de câmera, nem de telefone, nem de sensor dedicado. Ele se baseia numa observação simples: nossos corpos interagem com as ondas eletromagnéticas de uma maneira que parece ser própria de cada um, produzindo assim uma assinatura que pode ser analisada e memorizada.



Um Wi-Fi transformado em ferramenta de identificação


A equipe da Universidade de La Sapienza de Roma adaptou roteadores comuns para captar as variações sutis de um sinal Wi-Fi quando ele atravessa um espaço ocupado por indivíduos. Essas variações são agrupadas sob o termo Channel State Information (CSI), um conjunto de dados que descreve a forma como a onda se deforma.


Essas informações são depois processadas por um algoritmo de aprendizado de máquina, baseado numa arquitetura do tipo Transformer. O programa aprende a reconhecer e distinguir as pessoas graças aos efeitos específicos que elas têm sobre as ondas. Cada perfil se torna então uma espécie de impressão corporal invisível.

Durante os testes, realizados com um pequeno grupo de voluntários e validados a partir de um conjunto de dados público, o sistema atingiu uma taxa de precisão de 95%. Este resultado supera o desempenho de experiências anteriores baseadas na mesma abordagem.

Uma alternativa às câmeras clássicas


O método distingue-se das ferramentas visuais habituais. Ao contrário da videovigilância, ela não é influenciada pela iluminação, obstáculos físicos ou mudanças de aparência. Os sinais atravessam paredes e divisórias, o que torna possível uma observação discreta em ambientes complexos.

Esta capacidade oferece uma extensão do campo de ação em relação às câmeras fixas. Um único roteador pode cobrir um espaço inteiro e reconhecer indivíduos que se deslocam de um cômodo para outro. Além disso, nenhum suporte ativo como um telefone ou cartão magnético é necessário.

Os pesquisadores lembram que sua abordagem permanece experimental e que se trata por enquanto de uma publicação científica preliminar. Nenhum projeto comercial ou institucional foi anunciado, mas o potencial parece evidente.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: arXiv
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