Adrien - Quarta-feira 31 Dezembro 2025

😳 Este rosto de 1,5 milhão de anos muda nossa visão da História!

Pesquisadores conseguiram reconstituir o crânio de um indivíduo da família dos primeiros homens, descoberto na Etiópia. Esta restituição digital oferece assim um retrato inédito de um ser que viveu em um período crucial para a história do nosso gênero.

O indivíduo, nomeado DAN5, foi encontrado no sítio de Gona na região de Afar. Para realizar seu estudo, os cientistas empregaram scanners de alta resolução a fim de criar um modelo em três dimensões a partir de fragmentos de osso e dentes. Montando essas peças como um quebra-cabeça no computador, eles obtiveram o rosto mais completo já recuperado no Chifre da África para essa época. Este trabalho minucioso necessitou cerca de um ano.


Mapa das rotas migratórias potenciais do Homo erectus na África, na Europa e na Ásia no início do Pleistoceno, com fósseis-chave incluindo a nova reconstrução facial do fóssil DAN5 na Etiópia.
Crédito: Dra. Karen L. Baab. Scans fornecidos pelo Museu Nacional da Etiópia, os Museus Nacionais do Quênia e o Museu Nacional da Geórgia.


A análise deste crânio mostra que este indivíduo, identificado como sendo um Homo erectus, apresenta uma mistura de características. A caixa craniana assemelha-se à dos Homo erectus clássicos, mas o rosto e os dentes estão mais próximos de espécies anteriores. Observa-se por exemplo uma ponte nasal bastante plana e molares de grande tamanho. Esses traços já eram conhecidos na Eurásia, mas é a primeira vez que são observados em um fóssil africano deste período.

Segundo os pesquisadores, esta combinação de traços poderia ser explicada por vários cenários. Consequentemente, é possível que a população de Gona tenha conservado características arcaicas após a primeira saída da África. Este fenômeno evidenciaria uma diversidade anatômica maior do que a prevista nos primeiros representantes do nosso gênero. Os trabalhos, publicados na Nature Communications, levam assim a reconsiderar a forma como o Homo erectus evoluiu e se dispersou.

O sítio de Gona constitui um lugar importante para a compreensão da evolução humana, com fósseis datando de mais de 6 milhões de anos e ferramentas de pedra. Nas proximidades do fóssil DAN5, ferramentas das tradições Oldowan e Acheulense também foram encontradas, formando uma das mais antigas associações diretas entre um fóssil de hominíneo e estas tecnologias. Estas descobertas contribuem portanto para reconstituir o desenvolvimento das habilidades técnicas dos primeiros homens.


Fragmentos fósseis do rosto e dos dentes montados para formar o crânio mais completo de um ancestral humano dessa época no Chifre da África.
Crédito: Dra. Karen L. Baab. Scans fornecidos pelo Museu Nacional da Etiópia. Fotografias de M. Rogers e G. Suwa.


A modelagem 3D em paleontologia


A reconstrução de fósseis como o de DAN5 baseia-se em técnicas digitais avançadas. Em primeiro lugar, os pesquisadores utilizam scanners micro-CT para obter imagens muito detalhadas dos fragmentos de osso. Estes dados permitem depois criar modelos 3D precisos no computador, sem arriscar danificar os originais. Este método tornou-se comum em paleoantropologia.


A montagem virtual das peças segue princípios anatômicos bem estabelecidos. Os cientistas apoiam-se assim no seu conhecimento da estrutura dos crânios humanos e animais para posicionar cada fragmento. Eles podem também referir-se a outros fósseis para guiar a reconstrução. Este processo iterativo necessita frequentemente várias tentativas antes de chegar a um resultado coerente.

Estas reconstruções oferecem numerosas vantagens. Elas permitem estudar com precisão fósseis frágeis ou incompletos, e partilhar facilmente os modelos com outros pesquisadores no mundo. Além disso, elas podem servir para produzir impressões 3D para o ensino ou a museologia. Esta tecnologia transformou assim profundamente a exploração do passado.

O futuro destes métodos inclui a utilização da inteligência artificial para auxiliar a montagem ou a simulação de tecidos moles. Esta abordagem poderia fornecer ainda mais detalhes sobre a aparência dos nossos ancestrais, mas exige sempre uma validação rigorosa pelos especialistas.

Fonte: Nature Communications
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