Cédric - Sábado 15 Fevereiro 2025

Este navio de carga captura e armazena suas próprias emissões de CO₂ 🚢

Pela primeira vez, um navio de transporte marítimo testará um sistema embarcado de captura e armazenamento de suas próprias emissões de CO₂. Essa inovação pode marcar um ponto de virada na redução das emissões do setor, um dos mais poluentes do mundo.


O transporte marítimo, responsável por quase 3% das emissões globais de CO₂, busca soluções para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. O Clipper Eris, um navio de carga norueguês, está agora equipado com uma tecnologia pioneira que permite capturar até 70% de suas emissões de gases de efeito estufa. Este projeto piloto abre caminho para uma rápida descarbonização da frota mundial.

Uma tecnologia promissora para o setor marítimo


O sistema de captura e armazenamento de carbono (CAC) instalado no Clipper Eris utiliza um filtro para recuperar o CO₂ dos gases de escape. Uma vez capturado, o CO₂ é liquefeito e armazenado em tanques a bordo. Este método permite reduzir significativamente as emissões sem alterar o combustível utilizado.

O CAC representa uma alternativa imediata aos combustíveis de baixa emissão, que exigem investimentos pesados e infraestruturas específicas. Segundo a Solvang, a armadora norueguesa por trás do projeto, esta tecnologia poderia ser implantada em larga escala nos navios existentes.

Um projeto piloto apoiado por atores-chave



O Clipper Eris foi modificado em um estaleiro de Singapura para acomodar este sistema inovador. O projeto é fruto de uma colaboração entre a Solvang, a Wärtsilä, a MAN Energy Solutions e o instituto de pesquisa norueguês SINTEF. O governo norueguês também forneceu apoio financeiro por meio da Enova.

Esta parceria visa demonstrar a eficácia do CAC a bordo de navios. Se os testes de dois anos forem bem-sucedidos, outros sete navios atualmente em construção poderão ser equipados com esta tecnologia.



Os desafios da descarbonização do transporte marítimo


Apesar de seu potencial, o CAC captura apenas uma parte das emissões e requer uma infraestrutura terrestre para o armazenamento ou reutilização do CO₂. A Organização Marítima Internacional (OMI) também precisa estabelecer regulamentações incentivadoras para promover sua adoção em larga escala.

O setor marítimo continua enfrentando obstáculos técnicos e regulatórios para atingir seus objetivos climáticos. No entanto, inovações como a do Clipper Eris mostram que soluções concretas estão em desenvolvimento.

Para saber mais: O que é captura e armazenamento de carbono (CAC)?


O CAC é uma tecnologia que permite capturar o CO₂ emitido por indústrias ou transportes antes que seja liberado na atmosfera. Uma vez capturado, o CO₂ é comprimido e armazenado no subsolo ou reutilizado em processos industriais.

Este método já é utilizado em alguns setores, como a produção de energia ou a fabricação de cimento. Sua aplicação a bordo de navios é uma novidade que pode repensar o transporte marítimo.

Qual é o papel da Organização Marítima Internacional (OMI)?


A OMI é uma agência das Nações Unidas responsável por regular o transporte marítimo internacional. Ela estabelece normas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a segurança marítima.

Em 2023, a OMI reforçou seus objetivos climáticos, visando uma redução de 70 a 80% das emissões até 2040 e a neutralidade de carbono até 2050. Essas ambições exigem inovações tecnológicas e cooperação internacional.

Para saber mais: Como o CO₂ capturado pode ser reutilizado?


O CO₂ capturado pode ser transformado em combustíveis sintéticos, utilizado na indústria agroalimentar ou injetado em processos industriais. Também pode ser armazenado em formações geológicas para evitar sua liberação na atmosfera.

Essas aplicações oferecem oportunidades econômicas enquanto contribuem para a redução das emissões. No entanto, seu desenvolvimento requer investimentos significativos em infraestruturas.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Solvang
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