Cédric - Sábado 15 Março 2025

Este hábito alimentar que favorece o câncer colorretal 🍽️

Dietas pobres em carboidratos, como a cetogênica, são frequentemente elogiadas por seus efeitos na perda de peso. Mas um estudo recente revela que elas podem favorecer o desenvolvimento de cânceres colorretais ao alterar o equilíbrio das bactérias intestinais.


Imagem ilustrativa Pixabay

Pesquisadores da Universidade de Toronto exploraram as interações entre a alimentação e o microbioma intestinal. Seus trabalhos, publicados na Nature Microbiology, mostram que uma dieta pobre em carboidratos e fibras solúveis favorece a proliferação de bactérias produtoras de toxinas, aumentando assim os riscos de câncer colorretal.

O papel crucial das bactérias intestinais


O estudo se concentrou na comparação de três tipos de dietas: normal, pobre em carboidratos e ocidental (rica em gorduras e açúcares). Camundongos alimentados com uma dieta pobre em carboidratos e portadores de uma cepa específica de E. coli, naturalmente presente no intestino humano, desenvolveram mais pólipos e tumores. Essa combinação criou um ambiente propício à proliferação de bactérias nocivas, especialmente aquelas que produzem toxinas como a colibactina.


Esses pólipos, embora frequentemente benignos, podem evoluir para cânceres. Os pesquisadores observaram que a combinação de uma dieta pobre em carboidratos e a presença de E. coli produtora de colibactina, uma toxina que danifica o DNA, acelerou esse processo. A colibactina também enfraquece a barreira de muco intestinal, expondo as células do cólon a danos genéticos.

Na ausência de fibras solúveis, o equilíbrio do microbioma intestinal é perturbado. As bactérias benéficas diminuem, enquanto as cepas patogênicas, como algumas E. coli, proliferam. Essa disbiose favorece a inflamação e a formação de tumores, destacando a importância de uma alimentação equilibrada para manter um microbioma saudável.

O impacto protetor das fibras


As fibras solúveis, presentes em vegetais, frutas e leguminosas, desempenham um papel importante na proteção da mucosa intestinal. O estudo mostrou que sua reintrodução na dieta dos camundongos reduziu a inflamação e o número de tumores. Essas fibras atuam como um escudo, fortalecendo a barreira de muco e limitando o acesso das toxinas bacterianas às células do cólon.

Os pesquisadores também observaram que as fibras solúveis modificam a composição do microbioma intestinal. Elas favorecem o crescimento de bactérias benéficas, que produzem ácidos graxos de cadeia curta, essenciais para a saúde intestinal. Esses compostos reduzem a inflamação e mantêm a integridade da parede intestinal, impedindo a proliferação de bactérias patogênicas.

Por fim, as fibras solúveis parecem inibir a produção de colibactina por algumas cepas de E. coli. Ao alimentar as bactérias benéficas, elas criam um ambiente menos propício aos agentes patogênicos. Essa descoberta destaca a importância de uma alimentação rica em fibras para prevenir doenças intestinais, incluindo o câncer colorretal.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature Microbiology
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