Percevejos d'água gigantes foram descobertos no Chipre, causando preocupação entre pesquisadores e banhistas. Essas criaturas, apelidadas de "mordedores de dedos do pé", pertencem ao gênero Lethocerus e podem alcançar cerca de 12 centímetros de comprimento. Embora esses insetos geralmente estejam presentes no continente, sua recente aparição na ilha levanta questões sobre como chegaram lá e qual o impacto na ecossistema local.
Fotografias dos percevejos
De acordo com um estudo publicado no Jornal do "Museu Nacional de História Natural Grigore Antipa", os pesquisadores notaram um aumento nos relatórios desses percevejos na costa leste da ilha. Os relatórios vêm principalmente de banhistas surpresos com o tamanho impressionante desses insetos aquáticos.
Os percevejos d'água gigantes, membros da família Belostomatidae, são predadores temíveis que se alimentam de uma variedade de presas aquáticas, incluindo peixes e crustáceos. A técnica deles consiste em injetar saliva digestiva em sua presa para liquefazer seu interior, uma mordida descrita como extremamente dolorosa, embora não tóxica para humanos.
Os pesquisadores especulam sobre as razões para a chegada desses insetos na ilha. Eles consideram vários cenários, incluindo uma possível migração induzida por fatores ambientais como ventos ou correntes marinhas, ou uma busca por novas fontes de alimentos. No entanto, nenhuma conclusão definitiva foi tirada sobre o estabelecimento permanente desses percevejos no Chipre.
Apesar da preocupação gerada por essa nova descoberta, os pesquisadores acreditam que os ecossistemas da ilha, semelhantes aos do continente, podem limitar o impacto desses novos chegados. De fato, predadores naturais como cegonhas brancas e milhafres negros estão presentes no Chipre e podem contribuir para o controle biológico da população de percevejos.
Enquanto aguardam para entender melhor a amplitude dessa potencial invasão, os pesquisadores incentivam a vigilância da população local e dos visitantes. Aconselha-se que os banhistas permaneçam cautelosos e evitem colocar os pés na água nas áreas onde esses percevejos foram reportados.
Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Jornal do Museu Nacional de História Natural Grigore Antipa