Cédric - Segunda-feira 9 Setembro 2024

Esta técnica elimina mais de 98% dos nanoplásticos presentes na água

Os nanoplásticos, partículas de plástico menores que um micrômetro, representam uma ameaça crescente à saúde humana e ambiental.

Invisíveis a olho nu, eles se acumulam nos recursos hídricos, causando distúrbios ecológicos e apresentando riscos à saúde, incluindo doenças cardiovasculares e respiratórias. Encontrar uma solução eficaz e econômica para eliminar esses contaminantes tornou-se uma questão crucial.


Imagem de ilustração Pixabay

Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Missouri, apelidada de Mizzou, desenvolveu um método inovador para purificar a água dos nanoplásticos. Esta abordagem utiliza uma solução líquida capaz de eliminar mais de 98% dessas partículas. Segundo Piyuni Ishtaweera, uma ex-doutoranda em química de nanomateriais na Mizzou, os nanoplásticos podem perturbar os ecossistemas aquáticos e entrar na cadeia alimentar, representando riscos para a fauna e os humanos.


Esta nova técnica baseia-se no uso de solventes hidrofóbicos, fabricados a partir de ingredientes naturais, que funcionam como ímãs de plástico. Quando misturados à água contaminada, esses solventes absorvem os nanoplásticos e depois se separam da água, flutuando na superfície. O solvente carregado de plásticos é então facilmente recuperado, deixando a água limpa e isenta de contaminantes.

Um dos aspectos notáveis deste método é a sua simplicidade de aplicação em laboratório. Uma pipeta é suficiente para remover o solvente contendo os nanoplásticos, tornando o processo prático e eficaz. Além disso, esta técnica é aplicável tanto à água doce quanto à água salgada, o que a torna uma solução versátil e sustentável.

Gary Baker, professor associado do Departamento de Química da Mizzou e autor principal do estudo, destaca que trabalhos futuros visam compreender a capacidade máxima dos solventes e explorar sua reutilização múltipla para reforçar a sustentabilidade do método.


Uma vez misturado à água e deixado separar, o solvente sobe à superfície, levando os nanoplásticos em sua estrutura molecular.

Os resultados obtidos pela equipe da Mizzou superam estudos anteriores, que frequentemente se concentravam em um único tamanho de partícula plástica. Ao testar cinco tamanhos diferentes de nanoplásticos à base de poliestireno, comumente utilizado na fabricação de copos de isopor, os pesquisadores demonstraram a eficácia superior do seu método.

Este avanço abre caminho para novas pesquisas sobre a purificação da água e a avaliação de nanomateriais, contribuindo potencialmente para o desenvolvimento de políticas ambientais informadas. A longo prazo, a tecnologia da Mizzou poderia ser implantada em grande escala, desde instalações municipais de tratamento de água até comunidades remotas, para combater a poluição por nanoplásticos.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: ACS Applied Engineering Materials
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