Adrien - Segunda-feira 13 Outubro 2025

🌕 Esta rocha lunar vem de 50 km abaixo da superfície e revela uma bela surpresa...

Uma rocha lunar coletada há mais de cinquenta anos pelos astronautas da Apollo 17 pode revolucionar nossa compreensão dos primeiros momentos da Lua e do Sistema Solar. Este fragmento, aparentemente comum, contém informações que questionam as cronologias estabelecidas pelos cientistas.

A amostra numerada 76535 apresenta uma composição química e uma textura particulares indicando que se formou a cerca de cinquenta quilômetros abaixo da superfície lunar. A datação por radioisótopos revela que ela está exposta na superfície há 4,25 bilhões de anos. Essas características mostram uma origem profunda, ao contrário da maioria das rochas lunares estudadas até agora.


Eugene Cernan dirigindo um rover lunar durante a missão Apollo 17 antes de sua montagem final (as câmeras e antenas não estão instaladas).
Imagem NASA.


As simulações computacionais realizadas por Evan Bjonnes do Laboratório Nacional Lawrence Livermore mostram como esta amostra pôde alcançar a superfície sem sofrer os danos típicos de um impacto violento. Durante a formação de uma cratera de impacto, o fundo colapsa e permite que materiais profundos subam suavemente graças à crosta liquefeita. Este mecanismo explicaria a ausência de traços de choque ou cicatrizes na rocha, ao contrário do que se observa normalmente.

Esta descoberta implica que a bacia de Mare Serenitatis, onde a amostra foi coletada, seria muito mais antiga do que se estimava anteriormente. Se sua formação remonta a 4,25 bilhões de anos, isso retrocede sua idade em trezentos milhões de anos. Esta revisão temporal poderia se aplicar a outras bacias de impacto lunares, modificando assim nossa percepção da história geológica da Lua.

As consequências se estendem além do nosso satélite natural. A Lua serve como referência para datar impactos no Sistema Solar primitivo, pois sua superfície conserva os traços que a erosão apagou na Terra, Vênus ou Marte. Um reajuste dos eventos lunares influencia diretamente a cronologia dos outros planetas, oferecendo uma nova perspectiva sobre as condições que prevaleceram durante a juventude da Terra.

As futuras missões tripuladas à Lua permitirão verificar essas hipóteses coletando outras amostras similares. Se processos comparáveis ocorreram em outros mares lunares, os astronautas poderão trazer rochas que confirmarão ou refutarão este cenário.

A datação por radioisótopos


A datação por radioisótopos é um método científico que permite determinar a idade das rochas medindo a desintegração de elementos radioativos que elas contêm. Alguns isótopos, como o potássio-40 ou o urânio-238, se transformam gradualmente em outros elementos a um ritmo constante chamado meia-vida. Analisando as razões entre o isótopo pai e o isótopo filho, os geólogos podem calcular o tempo decorrido desde a formação da rocha.


Esta técnica baseia-se no princípio de que os minerais cristalizam aprisionando átomos radioativos. Uma vez que o sistema é fechado, o decaimento radioativo começa e segue uma curva previsível. Para a Lua, onde a atividade geológica é quase nula, os relógios radioativos frequentemente permanecem intactos há bilhões de anos, oferecendo datações extremamente precisas.

Os avanços tecnológicos permitiram refinar essas medidas, reduzindo as margens de erro para apenas alguns milhões de anos. Isso torna possível distinguir entre eventos próximos na história lunar, como a formação de diferentes bacias de impacto.

Em planetologia, a datação radioisotópica é importante para estabelecer cronologias comparativas entre os corpos celestes. Ela ajuda a reconstituir a história do Sistema Solar fornecendo marcos temporais confiáveis, essenciais para compreender a evolução dos planetas e seus ambientes primitivos.

Fonte: Geophysical Research Letters
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