Um estudo recente realizado por pesquisadores do Centro de Câncer Perlmutter do NYU Langone Health e da Universidade de Oxford revela um avanço significativo na luta contra o câncer e doenças auto-imunes. A chave para esse avanço está na compreensão do papel do receptor na superfície das células imunitárias, PD-1.
A nova pesquisa mostra que o receptor imunitário PD-1 funciona melhor na forma de dímeros, ao contrário das crenças anteriores. Esta descoberta é crucial para melhorar as imunoterapias contra o câncer e tratar doenças auto-imunes, visando a dimerização do PD-1.
O estudo publicado na revista
Science Immunology lança uma nova luz sobre o sistema imunológico, especialmente sobre sua capacidade de distinguir células cancerosas de células normais por meio dos "pontos de controle". O PD-1, um desses pontos de controle, desempenha um papel crucial na proteção das células normais contra ataques imunitários. No entanto, os cânceres conseguem explorar esse mecanismo para se tornarem "invisíveis" ao sistema imunológico.
Os pesquisadores descobriram que o PD-1 opera formando dímeros, uma configuração em pares, por meio de interações dentro de seu segmento transmembranar. Essa descoberta desafia a ideia prévia de que o PD-1 operava de forma isolada. Manipulando a formação desses dímeros, seria possível melhorar a eficácia dos tratamentos contra o câncer e desenvolver medicamentos para doenças auto-imunes, modulando a atividade das células T.
O estudo, assim, destaca o potencial dos agonistas, medicamentos que estimulam o PD-1, no tratamento de doenças auto-imunes como artrite reumatoide, lúpus e diabetes tipo 1. Essas doenças resultam de uma resposta imunitária excessiva que causa inflamação e dano aos tecidos. Ativando o PD-1, essas estratégias visam bloquear essa resposta imunitária hiperativa.
O objetivo dos pesquisadores agora é usar esse conhecimento sobre o funcionamento do PD-1 para otimizar as imunoterapias anticâncer e desenvolver novos tratamentos para doenças auto-imunes. Sua descoberta abre caminho para terapias "racionalmente projetadas" mais eficazes, manipulando a dimerização do PD-1 para regular a função das células T.
Fonte: Science Immunology