Adrien - Domingo 11 Agosto 2024

Esses pulsares "iluminaram" a matéria escura

Os pulsares, essas estrelas de nêutrons, podem nos ajudar a desvendar o segredo da matéria escura. Um estudo recente revela indícios da presença dessa substância evasiva, graças à observação minuciosa desses astros que emitem feixes de radiações.


Impressão artística de uma estrela de nêutrons cercada por um campo magnético forte (azul) e emitindo um feixe estreito de ondas de rádio (magenta). Esses feixes, varridos pela rotação da estrela, permitem detectar o pulsar.
Crédito: NASA Goddard/Walt Feimer

Os pulsares, verdadeiros "faróis" do Universo, emitem feixes eletromagnéticos regulares, servindo assim como balizas precisas no espaço. O professor John LoSecco da Universidade de Notre Dame estudou as variações desses sinais, revelando indícios de massas invisíveis, provavelmente de matéria escura.


Utilizando os dados do projeto PPTA2, LoSecco analisou os atrasos na chegada das pulsações. Esses dados provêm de sete radiotelescópios e permitem cronometrar os pulsares com precisão nanosegundo. Os resultados mostram desvios sugerindo a presença de massas não visíveis no caminho dos sinais.

Os atrasos observados, causados pela gravitação dessas massas invisíveis, têm formas e tamanhos específicos relacionados à sua massa. Ao estudar cerca de sessenta pulsares milissegundos, uma dúzia de eventos indica uma interação provável com a matéria escura.

O movimento constante da Terra, do Sol, dos pulsares e da matéria escura provoca variações nos tempos de chegada das pulsações. É essa dinâmica que LoSecco explorou para detectar as massas ocultas. Uma massa solar, por exemplo, pode causar um atraso de cerca de 10 microssegundos.

Uma das descobertas de LoSecco revela um objeto que pode representar 20% da massa do Sol, potencialmente um candidato para a matéria escura. Esta pesquisa também melhora os dados de cronometragem dos pulsares, cruciais para outros estudos astronômicos.

Finalmente, esse avanço ilumina não apenas a natureza e a distribuição da matéria escura na Via Láctea, mas também permite refinar a precisão dos dados dos pulsares para futuras pesquisas sobre radiações gravitacionais.

Fonte: Royal Astronomical Society
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