Adrien - Domingo 1 Setembro 2024

Essas minúsculas criaturas dominarão os oceanos do futuro?

Organismos microscópicos povoam os oceanos, invisíveis a olho nu, mas desempenhando um papel fundamental no equilíbrio destas vastas extensões de água. Entre eles, os procariotas, criaturas unicelulares, ocupam um lugar de destaque. No entanto, o seu futuro frente ao aquecimento global pode abalar esse equilíbrio frágil.


Imagem ilustrativa Pixabay

Os procariotas, que incluem bactérias e arqueas, são considerados as formas de vida celular mais antigas da Terra. Capazes de prosperar em quase todos os ambientes, esses organismos são abundantes nos oceanos e constituem cerca de 30% da biomassa marinha. Eles desempenham um papel crucial na cadeia alimentar oceânica, sustentando as necessidades nutricionais dos peixes.

No entanto, estudos recentes revelam que os procariotas podem se tornar os grandes vencedores do aquecimento global. Os pesquisadores constataram que, embora a sua biomassa total possa diminuir ligeiramente com o aumento das temperaturas, essa diminuição seria inferior à das outras formas de vida marinha, como o plâncton e os peixes.


Essa resiliência pode ter consequências graves. Se os procariotas se tornarem mais dominantes, eles podem desviar uma maior parte dos nutrientes disponíveis, o que reduziria as populações de peixes das quais dependem bilhões de pessoas para sua alimentação. Além disso, o aumento da sua atividade metabólica poderia amplificar as emissões de carbono dos oceanos, complicando assim os esforços para limitar o aquecimento global.

Os pesquisadores destacam a necessidade de compreender melhor a evolução futura dos procariotas diante das rápidas mudanças ambientais. A capacidade desses organismos de se adaptar rapidamente pode ainda agravar os impactos do aquecimento nos ecossistemas marinhos.


O microplâncton marinho de uma amostra coletada ao largo de Kailua-Kona no Havaí, fotografado a bordo do navio Oscar Elton Sette (R 335) da NOAA.
Imagem Wikimedia

Os modelos atuais não capturam totalmente essas dinâmicas complexas, e são necessárias pesquisas adicionais para antecipar as repercussões a longo prazo sobre a cadeia alimentar marinha e o clima global.

Fonte: Nature Communications
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