A península de Reykjanes, na Islândia, foi recentemente o cenário de uma erupção vulcânica impressionante, a quarta em alguns meses, marcando a abertura da maior fissura do ciclo eruptivo atual. Essa atividade vulcânica resultou na emissão de dióxido de enxofre, um gás tóxico, em níveis elevados.
Embora a lava tenha evitado por pouco a cidade evacuada de Grindavík, a principal preocupação reside agora em uma imensa pluma de gás tóxico que se estende pela Europa do Norte. Os especialistas estão monitorando atentamente seus possíveis efeitos, especialmente sobre o buraco na camada de ozônio acima do Ártico.
A coluna de lava da erupção mais recente passou perto de Grindavík.
Crédito: IMO/Public Safety/Björn Oddsson
Essa pluma de gás, oriunda da erupção de 16 de março, foi particularmente rica em dióxido de enxofre, levando à evacuação dos trabalhadores da usina elétrica de Svartsengi e incentivando temporariamente os moradores a permanecerem em suas casas. As emissões desde então diminuíram significativamente, mas seu movimento pela Europa continua sendo rigorosamente monitorado.
O Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS) observou essa pluma de gás formando uma coluna concentrada de cerca de 5 quilômetros de altura, dirigindo-se a outros países do norte Europeu, incluindo o Reino Unido e a Escandinávia, antes de começar a se dissipar ao se aproximar da Rússia.
O acompanhamento contínuo dessa pluma é essencial, pois o dióxido de enxofre pode interagir com as moléculas de ozônio atmosférico, reduzindo então a quantidade dessa substância protetora na camada de ozônio, que protege a superfície da Terra dos raios ultravioletas nocivos do Sol.
A nuvem tóxica deve se mover acima do Reino Unido e da Escandinávia nos próximos dias.
Crédito: CAMS/ECMWF
Essa situação lembra a erupção do vulcão submarino Hunga Tonga em 2022, que contribuiu para um dos maiores buracos na camada de ozônio já registrados acima da Antártica, emitindo níveis significativos de vapor de água na atmosfera.
Os cientistas preveem que as recentes erupções na Islândia poderiam marcar o início de um novo período de atividade vulcânica que duraria vários séculos na região. Isso poderia significar um aumento nas emissões de dióxido de enxofre em direção ao Ártico, potencialmente levando a maiores buracos na camada de ozônio do norte no futuro. A vigilância e o acompanhamento contínuo da evolução dessa situação permanecem, portanto, de suma importância.