Cédric - Segunda-feira 14 Outubro 2024

Enigma: 70% dos plásticos desaparecidos no mar continuam sem explicação. Uma resolução inesperada...

Pesquisadores provavelmente desvendaram um mistério intrigante: para onde vai o plástico nos oceanos? Suas descobertas podem transformar nossa compreensão da poluição marinha.


Imagem ilustrativa Pexels

Há décadas, a poluição por plástico invade os oceanos em um ritmo constante. Todos os anos, vários milhões de toneladas de plásticos são despejados nos mares, sendo degradados em micropartículas pela ação das ondas e do sol. Um mistério intriga os cientistas: cerca de 70% dos plásticos esperados não são encontrados na superfície ou nas costas. Então, onde se escondem esses fragmentos invisíveis a olho nu?

Recentemente, surgiu uma hipótese intrigante: os corais podem atuar como verdadeiros "reservatórios" de microplásticos, aprisionando essas partículas em suas estruturas profundas. Essas descobertas oferecem uma nova pista para entender o destino dos plásticos nos oceanos.


Graças a um método inovador de lavagem química, os pesquisadores puderam isolar e analisar cada camada de amostras de coral, revelando traços de plástico em todas elas. O náilon e o PET (polietileno tereftalato), dois polímeros amplamente utilizados em têxteis e embalagens, dominam os tipos de plásticos encontrados.

Esses microplásticos, medindo entre 101 e 200 micrômetros, se acumulam não apenas no muco na superfície do coral, mas também em seus tecidos internos e estruturas esqueléticas profundas, reforçando ainda mais a ideia de que os corais capturam essas partículas a longo prazo.


Amostras de microplásticos encontradas em um coral. Como mostram a cor, a forma e o tamanho, o coral consome uma grande variedade de microplásticos, muitos dos quais são mais finos que um fio de cabelo humano.
Imagem Universidade de Kyushu/laboratório Isobe

Os resultados enfatizam a importância dos corais na absorção de plásticos oceânicos. Seu esqueleto, intacto após a morte, retém essas partículas, criando um verdadeiro "sumidouro de plástico". Essa acumulação é alarmante para os ecossistemas marinhos. O coral pode atuar como uma barreira, mas as consequências a longo prazo permanecem incertas, especialmente para a saúde dos recifes.

A próxima etapa dessas pesquisas visa determinar se outras espécies de corais ao redor do mundo desempenham um papel semelhante. Um estudo global parece necessário para entender plenamente o impacto desse fenômeno. Se essa hipótese for confirmada, o papel dos corais na gestão da poluição plástica se tornaria central. No entanto, ainda há questões a serem resolvidas, como os efeitos a longo prazo nos oceanos.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Science of the Total Environment
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