Cédric - Sexta-feira 27 Dezembro 2024

Eles calcularam a velocidade do pensamento humano: o resultado é surpreendente 🧠

A lentidão dos pensamentos humanos ultrapassa qualquer compreensão. Enquanto nossos sentidos absorvem cerca de um bilhão de informações por segundo, nossos processos mentais se limitam a uma velocidade modesta: apenas 10 informações binárias por segundo (10 bits). Esse contraste surpreendente abre caminho para muitas questões sobre as reais capacidades do nosso cérebro.


De acordo com um estudo publicado na revista Neuron e conduzido por pesquisadores do California Institute of Technology, nosso cérebro funciona muito mais lentamente do que nossos receptores sensoriais. Estes últimos processam, de fato, um bilhão de bits por segundo, ou seja, cem milhões de vezes mais que nossos pensamentos. Os cientistas utilizaram métodos inspirados na teoria da informação para chegar a essas conclusões surpreendentes.


Apesar da capacidade dos neurônios de transmitir enormes quantidades de dados, apenas algumas informações são retidas pela nossa mente consciente. Essa estranha “limitação de velocidade” sugere que o cérebro filtra os dados sensoriais para preservar apenas o essencial. Mas por que tanta lentidão? Os pesquisadores destacam que essa restrição pode ser fruto da evolução.

Os primeiros organismos dotados de um sistema nervoso utilizavam suas capacidades cognitivas para navegar em seu ambiente e escapar de predadores. Esse modelo, focado em apenas um único “pensamento” por vez, teria sido preservado ao longo da evolução humana. De fato, segundo os pesquisadores, o cérebro se comporta como um sistema que navega em um espaço conceitual, incapaz de processar vários fluxos de pensamentos simultaneamente.

As implicações são profundas. Se nossos pensamentos são tão lentos, como explicar as conquistas humanas em planejamento e resolução de problemas? Uma hipótese levantada é que o cérebro otimiza esses 10 bits para situações importantes, maximizando a qualidade das decisões tomadas.

Essa lentidão contrasta fortemente com as expectativas criadas pelas novas tecnologias. As interfaces cérebro-máquina, frequentemente apresentadas como ferramentas para aumentar a velocidade de processamento de dados, podem não ser tão eficazes quanto o esperado. Se o cérebro está limitado a 10 bits por segundo, nenhuma interface será capaz de superar essa barreira natural.

Além disso, os pesquisadores calcularam que, nesse ritmo, todo o conhecimento adquirido ao longo da vida de uma pessoa poderia caber em um simples pen drive. Uma realidade que relativiza a ideia de que nosso cérebro é um supercomputador.

Pesquisas futuras deverão decifrar os mecanismos exatos desse filtro. Como o cérebro decide quais informações reter entre os bilhões captados pelos nossos sentidos? Essa questão permanece aberta, mas pode redefinir nossa compreensão da consciência humana.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Neuron
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