Cédric - Terça-feira 13 Fevereiro 2024

Duas novas espécies de tubarões com 325 milhões de anos encontradas no coração das terras americanas

No vasto território das terras americanas, nas profundezas do Kentucky, esconde-se um tesouro paleontológico inesperado. A famosa Gruta Mammoth (Mammoth Cave), a mais longa do mundo com seus 686 quilômetros de cavidades subterrâneas, revela uma riqueza sem precedentes: fósseis de criaturas marinhas ancestrais. Este local, parte do patrimônio mundial da UNESCO, é muito mais que uma atração turística. Ele abriga vestígios de milhões de anos atrás, testemunhas de um passado em que essas terras estavam submersas sob as águas de um antigo oceano.


Os calcários mississipianos da região da Gruta Mammoth se formaram no fundo de um mar salgado raso, hoje conhecido como o mar do Mississipiano, há cerca de 300 a 330 milhões de anos. Naquela época, a MACA teria sido um local ideal para férias de mergulho livre. O parque estava localizado a cerca de 4 graus ao sul do equador. Pense nas Bahamas, mas muito mais quente e com mais tubarões!


Desde o início das escavações na Gruta Mammoth, os paleontólogos identificaram nada menos que 70 espécies de peixes antigos. No entanto, recentemente, duas novas descobertas ganharam a atenção do mundo científico. Essas descobertas excepcionais são de duas espécies de tubarões pré-históricos, Troglocladodus trimblei e Glikmanius careforum, datando de aproximadamente 325 milhões de anos.

A primeira espécie, Troglocladodus trimblei, era um gigante dos mares antigos, atingindo até 3,6 metros de comprimento. Com dentes afiados, provavelmente caçava presas de tamanho moderado nas águas costeiras do antigo continente. A segunda espécie, Glikmanius careforum, possuía uma mandíbula poderosa, adaptada para predar pequenos tubarões, peixes e ortocones (ancestrais dos lulas). Estas descobertas desafiam nosso conhecimento sobre a evolução dos tubarões, sugerindo que algumas espécies podem ter surgido muito antes do que acreditávamos.

Os fósseis desses tubarões foram encontrados em regiões que outrora estavam submersas, a milhares de quilômetros das costas atuais. De fato, há 325 milhões de anos, o Kentucky e o Alabama eram ladeados por um mar próspero, fazendo parte de uma via marítima que ligava a América do Norte, Europa e Norte da África. No entanto, essas águas desapareceram com a formação do supercontinente Pangeia, após a colisão entre as placas tectônicas.


As mandíbulas, dentes e brânquias de Glikmanius careforum incrustados no teto da gruta foram descobertos por exploradores da Fundação de Pesquisa da Caverna durante um projeto de mapeamento no Parque Nacional da Gruta Mammoth, no Kentucky.

Esta descoberta notável sublinha a importância de pesquisas em locais às vezes inesperados, revelando segredos enterrados há milhões de anos. O Parque Nacional da Gruta Mammoth, em colaboração com especialistas e pesquisadores renomados, continua sendo uma fonte inestimável de informações sobre a história de nosso planeta.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Serviço Nacional de Parques
Ce site fait l'objet d'une déclaration à la CNIL
sous le numéro de dossier 1037632
Informations légales