Cédric - Sexta-feira 12 Setembro 2025

🐟 Descoberta de um estranho peixe-lesma desconhecido nas profundezas abissais

Um pequeno peixe rosa, discreto e até então desconhecido, acaba de enriquecer a longa lista dos habitantes misteriosos das profundezas abissais. Descoberto na costa da Califórnia, ele intriga por sua aparência singular e sua adaptação a um ambiente extremo.



Um encontro inesperado no fundo do canyon


Em 2019, uma missão do Monterey Bay Aquarium Research Institute (MBARI) explorava as grandes profundezas do Monterey Canyon por meio de um veículo teleoperado. A mais de 3.200 metros de profundidade, um pequeno peixe rosa com olhos proeminentes chamou a atenção dos pesquisadores. Este espécime, com 9,2 centímetros de comprimento, foi coletado para ser estudado em laboratório.

A equipe notou que este indivíduo diferia nitidamente dos outros peixes-lesma já conhecidos na região. Para confirmar sua identidade, o MBARI solicitou a ajuda de especialistas da Universidade Estadual de Nova York em Geneseo. O trabalho conjunto permitiu identificar três novas espécies, incluindo este peixe agora batizado de Careproctus colliculi, ou peixe-lesma protuberante.



Adaptações surpreendentes à vida abissal



Os peixes-lesma são conhecidos por seus corpos gelatinosos e seu disco ventral que lhes permite fixar-se em superfícies ou mesmo em outros animais. Sua diversidade é notável: mais de 450 espécies foram descritas em todo o mundo, desde poças costeiras até as fossas oceânicas mais profundas.

O peixe-lesma das Marianas detém o recorde do peixe que vive mais profundamente, a cerca de 8.200 metros de profundidade. Esta capacidade de colonizar tantos habitats faz desta família um modelo para estudar a evolução das adaptações ao frio, à escuridão e à esmagadora pressão.

As novas espécies descobertas na Califórnia enriquecem esta compreensão. Sua anatomia particular, revelada por microscopia e imagem de micro-TC, evidencia características únicas que as distinguem nitidamente de seus parentes próximos.

A cooperação entre várias universidades americanas desempenhou um papel fundamental nesta identificação. Ao combinar seus conhecimentos, os pesquisadores puderam comparar a morfologia e o patrimônio genético destes espécimes com os de outros membros da família Liparidae.

Esta descoberta soma-se aos numerosos esforços empreendidos pelos pesquisadores para melhor compreender a vida nas profundezas oceânicas. Estas zonas, frias, obscuras e esmagadas pela pressão, ainda abrigam muitas formas de vida desconhecidas.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Ichthyology & Herpetology
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