Cédric - Sábado 12 Abril 2025

Descoberta: este dinossauro tinha bolsas de ar nos ossos 🦴

Pela primeira vez, paleontólogos identificaram cavidades nos ossos de um dinossauro da família dos Alvarezsaurídeos. Essa descoberta lança uma nova luz sobre a evolução das características aviárias nesses répteis extintos.


Imagem Wikimedia

Essa descoberta, publicada na PLOS ONE, resulta da análise de fósseis escavados na Patagônia argentina. Os pesquisadores utilizaram scanners médicos para revelar estruturas internas nunca antes observadas, questionando algumas hipóteses sobre a anatomia dessas criaturas.

Ossos leves, um enigma resolvido


Os Alvarezsaurídeos, pequenos dinossauros bípedes, possuíam membros anteriores atrofiados e um crânio alongado. Sua morfologia já lembrava a das aves, mas a ausência de pneumatização óssea (cavidades preenchidas por ar) intrigava os cientistas.

Os scanners revelaram cavidades dispersas pelo esqueleto axial, incluindo nas vértebras. Essa distribuição desigual sugere uma adaptação ligada ao metabolismo, e não apenas à redução de massa.

Nas aves atuais, essas bolsas melhoram a respiração e a termorregulação. Os pesquisadores acreditam que esses dinossauros obtinham benefícios similares, talvez para otimizar seus movimentos rápidos ou sua alimentação insetívora.

Uma evolução diferente da imaginada


A presença dessas cavidades nos Alvarezsaurídeos indica que a pneumatização óssea pode ter surgido independentemente em várias linhagens de terópodes. Essa descoberta amplia o campo de pesquisas sobre a evolução dos dinossauros em direção a formas aviárias.


A - Vértebra cervical MPCN-Pv 738.26 em vista lateral com detalhe dos forames.
B - Vértebra MPCN-Pv 738.27 em vista lateral.
C - Vista posterior da mesma vértebra com detalhe dos forames.
D - Reconstrução 3D de MPCN-Pv 738.26 em vista lateral, com cortes transversais e frontais.
E - Reconstrução 3D de MPCN-Pv 738.27 em vista lateral, com cortes transversais e frontais.

As variações observadas entre indivíduos levantam questões sobre seu desenvolvimento. Alguns ossos apresentam canais bem definidos, enquanto outros não os possuem, sem uma lógica aparente.

Essa heterogeneidade pode refletir diferenças de idade, sexo ou espécie. Ela convida a reconsiderar os métodos de estudo dos fósseis, nos quais a imagem 3D se torna essencial para detectar essas estruturas internas.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: PLOS ONE
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