Cédric - Terça-feira 17 Junho 2025

🌍 Descoberta: esta regra universal governa toda a vida na Terra

A distribuição das espécies vivas na Terra obedece a uma lógica surpreendentemente simples. Um estudo internacional revela que a biodiversidade se organiza sistematicamente em torno de zonas centrais ricas, antes de declinar progressivamente.


Esta descoberta, publicada na Nature Ecology & Evolution, baseia-se na análise de mais de 30.000 espécies, desde anfíbios até árvores e raias marinhas. Os investigadores identificaram um padrão recorrente: independentemente do ecossistema, a maioria das espécies concentra-se em núcleos geográficos restritos.

Uma estrutura em círculos concêntricos


Cada região biogeográfica possui um núcleo onde a diversidade atinge o seu máximo. Estas zonas centrais, frequentemente estáveis e ricas em recursos, abrigam espécies endémicas e generalistas. À medida que se afasta deste núcleo, o número de espécies diminui, dando lugar a ambientes mais hostis ou fragmentados.


Os investigadores mapearam sete tipos de zonas, desde núcleos densos até margens de transição. Esta hierarquia encontra-se tanto nas florestas tropicais como nos recifes de coral. As espécies adaptadas às condições locais dominam os núcleos, enquanto os generalistas colonizam as periferias.

O estudo confirma o papel fundamental da filtragem ambiental. Apenas os organismos que toleram restrições específicas – calor, seca, salinidade – persistem em cada zona. Este mecanismo explica por que a biodiversidade declina progressivamente a partir dos núcleos centrais.

Implicações para a conservação


Proteger os núcleos biodiversificados é essencial, pois asseguram a sobrevivência da maioria das espécies. Estas zonas, por vezes minúsculas, constituem reservas insubstituíveis. Os autores destacam que a sua preservação deve ser prioritária, mesmo que as margens abriguem espécies raras adaptadas a nichos extremos.

Esta regra universal também oferece uma ferramenta para antecipar os efeitos das alterações climáticas. Ao identificar os núcleos mais resilientes, os cientistas poderão direcionar melhor os esforços de conservação. Os modelos atuais ganham assim maior precisão.

Por fim, o estudo questiona a ideia de uma biodiversidade desordenada. As mesmas forças ambientais parecem estruturar a vida em todo o planeta. Esta regularidade inesperada abre novas pistas para compreender a evolução dos ecossistemas.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Nature Ecology & Evolution
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