Adrien - Sexta-feira 26 Abril 2024

Descoberta: essas duas vidas se fundiram, acelerando significativamente a evolução

Pesquisadores recentemente identificaram o que chamam de "nitroplasto", um organelo celular capaz de fixar nitrogênio. Esse achado, provavelmente resultado de uma evolução que começou há 100 milhões de anos, pode redefinir nossa compreensão das interações entre bactérias e algas marinhas.

Anteriormente, pensava-se que esses micro-organismos mantinham apenas uma relação simbiótica, mas verifica-se que o microbio se integrou à alga, tornando-se uma parte essencial de seu metabolismo.


Esta imagem mostra uma célula de Braarudosphaera bigelowii se dividindo em duas, os nitroplastos (UCYN-A) aparecendo em ciano.
Crédito: Valentina Loconte

O nitroplasto originou-se de uma bactéria oceânica, que foi englobada por uma célula de alga há milhões de anos. Esse evento é um exemplo de "endossimbiose primária", um processo raro onde uma célula eucariótica (célula complexa com núcleo) engloba uma célula procariótica (sem núcleo), levando a grandes evoluções biológicas. Um processo similar foi crucial na evolução das mitocôndrias e dos cloroplastos, essenciais para a respiração e a fotossíntese das células, respectivamente.


A primeira indicação de que o microbio era mais que um mero passageiro ocorreu em 1998, quando cientistas isolaram um segmento de DNA do microbio na água do mar do Pacífico, descobrindo que ele era capaz de fixar nitrogênio. Estudos subsequentes na Universidade de Kochi no Japão facilitaram o cultivo das algas portadoras desse microbio, permitindo estudos comparativos que mostraram a sincronização de seu crescimento.

Os resultados, publicados em periódicos científicos como Cell e Science, confirmam que o UCYN-A (nome científico do nitroplasto) importa proteínas de sua alga hospedeira, dependendo dela para seu funcionamento.


Esta imagem ao microscópio mostra uma célula de alga marinha com uma seta preta apontando para o novo organelo nitroplasto.
Crédito: Tyler Coale

Essa descoberta pode ter implicações importantes, não apenas para a biologia celular, mas também para nossa compreensão da evolução dos ecossistemas marinhos e sua capacidade de fixar nitrogênio, um elemento crucial para a vida na Terra.

Fonte: Cell, Science
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