Cédric - Sexta-feira 30 Agosto 2024

Descoberta do maior observatório astronômico do Egito, datando de 2500 anos

Um vasto observatório astronômico antigo foi revelado no Egito, desenterrando um edifício que data do século VI a.C., enterrado sob a areia por 2.500 anos.

Localizado no templo de Buto, na região de Kafr El Sheikh, este observatório é o maior jamais descoberto para este período. Esta descoberta destaca a engenhosidade dos antigos egípcios na astronomia, uma ciência essencial para suas práticas religiosas, políticas e agrícolas.


O site do observatório de Buto, no Egito.
Ministério do Turismo e das Antiguidades/Facebook

Esta estrutura, construída em tijolos de terra, estende-se por 850 metros quadrados e adota uma forma em L. A entrada, voltada para o leste, permitia seguir o nascer do Sol, um elemento essencial para o estudo dos astros.

No interior, os arqueólogos descobriram um grande relógio de sol inclinado, ou "relógio de sombra", um instrumento que permitia medir o tempo através do movimento da sombra do Sol sobre placas de calcário. Esses relógios demonstram a habilidade dos antigos egípcios em utilizar ferramentas simples, mas sofisticadas, para acompanhar o movimento dos astros.


Além do relógio de sol, as escavações também revelaram uma grande sala coberta por murais ilustrando cenas astronômicas, como o nascer e o pôr do Sol, bem como símbolos religiosos.

Entre as descobertas notáveis estão as representações da cabeça do deus Hórus e do olho Udjat, símbolos associados ao cosmos e ao Universo na mitologia egípcia. Outros objetos, como estátuas de divindades e ferramentas de medição do tempo, testemunham a importância atribuída à astronomia na cultura egípcia antiga.

De acordo com Ayman Ashmawy, chefe do setor de Antiguidades Egípcias no Conselho Supremo das Antiguidades, o observatório de Buto não servia apenas para observação científica, mas também desempenhava um importante papel ritual.



Alguns objetos descobertos no observatório.
Ministério do Turismo e das Antiguidades/Facebook

Os sacerdotes astrônomos usavam esse conhecimento para determinar as datas das cerimônias religiosas e políticas, harmonizando assim os ciclos celestes com as atividades terrestres. Esta descoberta ressalta, portanto, a complexidade da relação entre ciência e religião no antigo Egito.

Este sítio arqueológico oferece uma nova perspectiva sobre o legado astronômico dos antigos egípcios, que estiveram entre os primeiros a elaborar um calendário solar de 365 dias e um dia de 24 horas. O observatório de Buto é um testemunho excepcional de como o estudo das estrelas moldou a cultura e a sociedade egípcias, influenciando nossa compreensão moderna do tempo e da astronomia.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Ministério Egípcio do Turismo e das Antiguidades
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