Adrien - Terça-feira 28 Outubro 2025

🧂 Comparação do preço de alimentos ricos em sal e açúcar com suas alternativas mais saudáveis

Em várias categorias de alimentos como pães, cereais ou biscoitos, os produtos que têm alto teor de sódio ou açúcares geralmente são mais baratos do que os produtos equivalentes que contêm pouco. É o que constata uma equipe de pesquisa da Universidade Laval em um estudo publicado recentemente pela revista Public Health Nutrition.


A equipe de Véronique Provencher, professora da Escola de Nutrição da Universidade Laval e diretora científica do Observatório da Qualidade da Oferta Alimentar do Instituto de Nutrição e Alimentos Funcionais, quis saber se existia uma ligação entre o preço dos alimentos de uma mesma categoria e sua qualidade nutricional.

Para as necessidades do estudo, elas consideraram cinco categorias de alimentos ultraprocessados: pães fatiados, cereais matinais, lanchinhos, produtos de queijo (queijos para espalhar, por exemplo) e biscoitos e bolachas. "Os alimentos ultraprocessados não são necessariamente de baixa qualidade do ponto de vista nutricional", esclarece a doutoranda Isabelle Petitclerc, primeira autora do estudo. "Por exemplo, produtos como cereais ou pão fatiado de grãos integrais com baixo teor de açúcares e sódio têm uma boa qualidade nutricional."


A qualidade nutricional de cada produto considerado no estudo foi estabelecida a partir dos limites definidos pela Saúde Canadá para determinar se ele deverá portar o símbolo "Alto em" em sua embalagem a partir de janeiro de 2026. "Classificamos mais de 2000 produtos alimentares com base nos limites adotados pela Saúde Canadá para gorduras saturadas, açúcares e sódio", explica a doutoranda.

As pesquisadoras constataram que, numa mesma categoria de alimentos, os produtos com alto teor de sódio e açúcares geralmente são mais baratos do que aqueles que estão abaixo do limite de saúde.

As gorduras saturadas seguem uma regra inversa: os alimentos que contêm mais delas geralmente são mais caros. "Provavelmente é devido ao custo de ingredientes como manteiga ou óleo de coco que os produtos com alto teor de gordura saturada custam mais caro", sugere Isabelle Petitclerc.

Finalmente, os alimentos para os quais dois dos três nutrientes têm alto teor custam menos do que aqueles que têm apenas um nutriente problemático ou que não têm nenhum.

A entrada em vigor próxima do símbolo nutricional nas embalagens deverá ajudar os consumidores a identificar rapidamente os produtos que contêm ingredientes problemáticos. Em teoria, isso deverá levar a melhores escolhas alimentares que repercutirão positivamente na saúde da população.

"Pode ser que as empresas reformulem seus produtos para evitar ter que colocar o símbolo nutricional", destaca Isabelle Petitclerc. "Isso poderia empurrar os preços dos alimentos para cima. Durante o próximo ano, vamos estudar o efeito da entrada em vigor do símbolo nutricional sobre o preço e sobre a qualidade nutricional dos alimentos. A intenção por trás do símbolo nutricional é boa, mas é necessário que esta medida ajude a todos, não apenas as pessoas que têm condições de pagar mais caro por sua alimentação."

Fonte: Universidade Laval
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