Todo outono, milhões de aves migratórias iniciam longas viagens para regiões mais quentes, às vezes a milhares de quilômetros de seu ponto de partida. Mas como conseguem se orientar com tanta precisão ano após ano, muitas vezes sem nunca terem estado antes em seu destino?
Este fenômeno baseia-se em vários mecanismos naturais surpreendentes.
Imagem de ilustração Pixabay
As aves migratórias utilizam uma combinação de referências naturais e biológicas para se orientarem durante a migração. Uma das ferramentas mais impressionantes é a capacidade de "ler" o campo magnético da Terra. Este campo magnético envolve o planeta e varia de acordo com a localização, com pólos magnéticos ao norte e ao sul.
Algumas aves, como os pombos-correio, possuem células especiais contendo minúsculos cristais de magnetita em seus cérebros. Esses cristais reagem às variações do campo magnético terrestre, permitindo que os pássaros se orientem como se tivessem uma bússola interna.
Além dessa "bússola magnética", as aves também utilizam referências visuais. Elas muitas vezes se guiam pelas paisagens sobrevoadas, como montanhas, rios ou costas, que servem como guias naturais. Também podem usar a posição do sol durante o dia para manter o rumo.
O olfato também é uma ferramenta importante para algumas espécies, como as aves marinhas, que conseguem reconhecer odores específicos em suas rotas migratórias. Isso lhes permite relembrar certos locais ou pontos de referência olfativos que as ajudam a se orientar.
Por fim, os pássaros aprendem seu itinerário através de uma combinação de instinto inato e aprendizado social. Algumas aves jovens migram pela primeira vez seguindo adultos experientes, que lhes mostram o caminho. Outras, no entanto, migram sozinhas e utilizam seu instinto para encontrar o caminho, um comportamento geneticamente enraizado em sua espécie.