Com uma área de aproximadamente 3200 km², o gigantesco iceberg A-23A iniciou uma jornada épica através do Mar de Scotia antes de encalhar, raspando o fundo do mar próximo a uma ilha de tamanho semelhante (3900 km²).
O iceberg antártico A-23A, preso em águas rasas ao largo da ilha da Geórgia do Sul, capturado pelo instrumento MODIS do satélite Aqua da NASA.
Crédito: Imagens do NASA Earth Observatory por Wanmei Liang, utilizando dados MODIS da NASA EOSDIS LANCE e GIBS/Worldview, dados batimétricos do oceano e dados de elevação digital do British Oceanographic Data Center's General Bathymetric Chart of the Oceans (GEBCO) e do British Antarctic Survey
Os cientistas estão acompanhando de perto o destino do A-23A, questionando se as correntes oceânicas o manterão no lugar ou se ele continuará sua jornada. O impacto de seu derretimento no ecossistema local também está sob observação.
Desde que se desprendeu da plataforma de gelo Filchner-Ronne em 1986, o A-23A percorreu mais de 2000 km. Sua jornada ilustra as dinâmicas dos icebergs nas águas austrais, influenciadas por correntes, ventos e temperaturas.
A região ao redor da ilha da Geórgia do Sul, embora desprovida de população humana permanente, abriga uma rica biodiversidade. O derretimento do A-23A pode alterar esse ecossistema, especialmente as comunidades de fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha. Esse fenômeno não é isolado, pois essa região é frequentemente o último refúgio dos icebergs antes de desaparecerem.
Outra visão do instrumento MODIS, mostrando a posição do A-23A próximo à ilha da Geórgia do Sul.
Crédito: Imagens do NASA Earth Observatory por Wanmei Liang, utilizando dados MODIS da NASA EOSDIS LANCE e GIBS/Worldview, dados batimétricos do oceano e dados de elevação digital do British Oceanographic Data Center's General Bathymetric Chart of the Oceans (GEBCO) e do British Antarctic Survey
Os satélites continuarão a monitorar o A-23A, fornecendo dados valiosos sobre sua evolução e impacto ambiental. Esse monitoramento é importante para entender as interações entre os icebergs e os ecossistemas marinhos.
Como os icebergs influenciam os ecossistemas marinhos?
Os icebergs, ao derreterem, liberam água doce e nutrientes no oceano. Esse processo pode alterar a salinidade da água e estimular o crescimento do fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.
O impacto nos ecossistemas locais pode ser significativo, especialmente em áreas como a ilha da Geórgia do Sul, onde a biodiversidade é rica. Mudanças na composição da água podem afetar as espécies marinhas, das menores às maiores.
Além disso, os icebergs podem transportar minerais e sedimentos provenientes da Antártica, enriquecendo as águas ao redor. Esse aporte pode favorecer a diversidade biológica, mas também perturbar habitats existentes.
Imagem dos satélites NOAA-20, NOAA-21 e S-NPP mostrando o iceberg A-23A flutuando para o leste no Oceano Austral em dezembro de 2024.
Crédito: NOAA CIRA
O monitoramento por satélite permite acompanhar essas mudanças e antecipar seus impactos nos ecossistemas marinhos, fornecendo informações valiosas para a conservação.
Qual é o papel dos satélites no estudo dos icebergs?
Os satélites desempenham um papel crucial na observação e estudo dos icebergs. Eles fornecem imagens e dados que permitem acompanhar seu movimento, tamanho e derretimento.
Graças a instrumentos como o MODIS, os cientistas podem observar os icebergs em tempo quase real, mesmo nas regiões mais remotas. Esses dados são essenciais para entender as dinâmicas dos icebergs e seus impactos no meio ambiente.
Os satélites também permitem monitorar mudanças climáticas ao observar o derretimento de icebergs e calotas polares. Essas informações são cruciais para modelos climáticos e previsões ambientais.
Por fim, a tecnologia satelital ajuda a prevenir riscos para a navegação, identificando icebergs que podem representar perigo para embarcações.
Fonte: NASA Earth Observatory