Cédric - Segunda-feira 12 Maio 2025

Cientistas capturam pela primeira vez átomos "em liberdade" 🔬

Pela primeira vez, físicos capturaram imagens de átomos isolados interagindo livremente no espaço. Este avanço valida previsões teóricas centenárias sobre o comportamento quântico da matéria.


Esta observação direta, considerada impossível por muito tempo devido à natureza fugaz dos átomos, abre uma nova janela para o estudo de fenômenos quânticos. Graças a uma técnica inovadora que combina lasers e resfriamento extremo, os pesquisadores congelaram esses objetos efêmeros para revelar suas interações.

Uma proeza técnica para sondar o infinitamente pequeno


Os átomos, mil vezes mais finos que um fio de cabelo, obedecem às leis contra-intuitivas da mecânica quântica. Sua posição e velocidade não podem ser medidas simultaneamente, o que torna sua observação direta particularmente difícil.

O método desenvolvido pela equipe do MIT utiliza uma armadilha laser para confinar uma nuvem de átomos em temperaturas próximas do zero absoluto. Uma rede luminosa os congela brevemente, permitindo que um segundo laser revele suas posições individuais por fluorescência.

Esta abordagem, batizada de "microscopia de resolução atômica", supera as técnicas de imagem tradicionais que capturavam apenas a forma geral das nuvens atômicas. Ela oferece uma resolução inédita para estudar correlações quânticas.


Acima: representações mostrando átomos móveis em uma armadilha (vermelho) congelados por uma rede óptica e observados via resfriamento Raman.
Abaixo: imagens microscópicas do 23Na formando um condensado de Bose-Einstein, de uma mistura fracamente interativa de 6Li em um único estado de spin, e depois de uma mistura fortemente interativa de 6Li em dois estados de spin, mostrando a formação de pares.


Bósons e férmions sob as lentes



Os pesquisadores aplicaram sua técnica a dois tipos de objetos: uma nuvem de bósons composta por átomos de sódio e uma nuvem de férmions composta por átomos de lítio, na forma de um condensado de Bose-Einstein. Os primeiros, capazes de compartilhar o mesmo estado quântico, confirmaram sua tendência a se agregar formando uma onda coletiva, como previsto por Louis de Broglie em 1924.

Por outro lado, os férmions exibiram sua natureza repulsiva, evitando qualquer contato com seus semelhantes. No entanto, pares se formaram entre férmions de tipos diferentes, um mecanismo chave para entender a supercondutividade. Esses comportamentos opostos ilustram a dualidade onda-partícula no cerne da física quântica.

A equipe planeja agora estudar fenômenos mais exóticos, como o efeito Hall quântico, onde elétrons adotam estados correlacionados sob a influência de campos magnéticos intensos. Esses trabalhos podem esclarecer teorias ainda incompletas.

Autor do artigo: Cédric DEPOND
Fonte: Physical Review Letters
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