No esqui cross-country, uma cera ruim pode fazer você perder uma corrida, enquanto uma boa cera pode ajudá-lo a subir ao pódio. Isso mostra a importância da preparação dos esquis nessa modalidade.
O sistema desenvolvido pelos pesquisadores consiste em um carrinho montado sobre esquis, no qual é colocada uma carga que simula um esquiador. O carrinho é conectado a um guincho, e os pesquisadores medem a força necessária para colocá-lo em movimento e fazê-lo avançar a uma determinada velocidade.
Nicolas Quirion Cantin
Em
um artigo recém-publicado na revista
Sports Engineering, pesquisadores da Universidade Laval apresentam um sistema que desenvolveram para ajudar especialistas em preparação de esquis a escolher a melhor combinação de esqui e cera para atletas de elite.
"Atualmente, a escolha da combinação esqui-cera baseia-se na expertise dos especialistas em preparação de esquis, nos resultados de testes de deslizamento realizados nas pistas no dia das competições e nas 'sensações' dos esquiadores durante os testes que antecedem uma corrida", destaca um dos autores do estudo,
Julien Lépine, professor do Departamento de Operações e Sistemas de Decisão da Universidade Laval, engenheiro mecânico e ex-esquiador cross-country de nível universitário.
Essa abordagem funciona na grande maioria dos casos, mas às vezes pode levar a escolhas inadequadas que afetam o desempenho dos atletas, ele continua. "Além disso, as 'receitas' de preparação de esquis foram desenvolvidas a partir de ceras contendo compostos fluorados. Essas ceras agora são proibidas, e é preciso se adaptar aos novos produtos de preparação. Estamos recomeçando do zero."
Para trazer um pouco mais de ciência à arte da preparação de esquis, o professor Lépine, o pesquisador estudantil Nicolas Quirion Cantin e o professor
André Bégin-Drolet, do Departamento de Engenharia Mecânica, projetaram e construíram um tribômetro que mede as forças de atrito entre os esquis e a neve.
Devido ao atrito entre os esquis e a neve, a escolha dos esquis e da cera influencia fortemente o desempenho dos atletas de elite.
Gibson Pictures
O sistema deles consiste em um carrinho montado sobre esquis, no qual é colocada uma carga que simula um esquiador. "O carrinho é conectado a um guincho, e medimos a força necessária para colocá-lo em movimento e fazê-lo avançar a uma determinada velocidade", explica o professor Lépine.
Esse sistema foi testado em março de 2023 em uma pista experimental instalada no campus da Universidade Laval, como parte das atividades do Campus Nordique. "O protótipo funciona bem e produziu resultados interessantes que nos permitiram simplificar o protocolo de testes", resume o pesquisador.
Em teoria, esse tribômetro poderia ser usado antes de uma competição para testar diferentes ceras em diversos modelos de esquis, sob condições específicas de neve. "Nosso tribômetro não visa substituir os especialistas em preparação de esquis", enfatiza o professor Lépine, "mas sim fornecer dados que facilitem seu trabalho. Acreditamos que nosso sistema pode ajudá-los a escolher a combinação esqui-cera que permitirá aos atletas alcançar o melhor desempenho possível."
Fonte: Universidade Laval